segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Cantos Natalinos em Flauta

    Desejo compartilhar com todos quatro gravações que fiz na Flauta de cantos natalinos. Sou meio iniciante, mas creio que tenha ficado bom! Quem quiser usar em suas celebrações natalinas, fique a vontade! Segue os links do 4shared para baixar:


Glória Natalino
Ó Vinde, Adoremos
Das terras do Oriente
Uri Uri Urá


     Minha irmã tocou violão e eu, as duas vozes da flauta. Este Uri Uri Urá é um canto natalino para as crianças do caminho neocatecumenal. 
     Que todos possam ter um Natal saibamos contemplar junto à Virgem Maria o Senhor recém nascido! Abraço!





***
     Atualização dia 26/12/12:
     A pedido, postamos no youtube e no soundcloud! Feliz Oivata de Natal a todos.


Nossa página no soundcloud, onde tem a reprodução fácil das músicas:

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Pinturas do Caminho Neocatecumenal causam aumento de visitas à igreja no DF


     Essa reportagem foi publicada em um jornal local daqui de Brasília.
     O texto original pode ser visto aqui.

Igreja na Asa Norte atrai mais visitantes com pinturas 
     Na Idade Média, a igreja católica costumava decorar templos com vitrais que contavam passagens da Bíblia para ajudar os religiosos que não sabiam ler. O costume ganhou nova abordagem na tradicional Paróquia Nossa Senhora da Esperança, na 308 Norte, onde os fiéis podem conferir desde o dia 27 de novembro um conjunto de 15 painéis formados por pinturas que têm o objetivo de complementar trechos do livro sagrado, e não substituí-los como antigamente.
     As obras colocadas no interior da igreja contam pedaços da história de Jesus Cristo. As telas foram feitas pelo Caminho Neocatecumenal, grupo que reúne artistas da Europa, América do Sul e Estados Unidos.
     Cada imagem tem quatro metros de altura. Juntas, as pinturas ocupam uma área de 260 m² que forma uma espécie de coroa, abrançando os fiéis. De acordo com Alexandre Córdova, seminarista da paróquia, as peças complementam a homilia - momento da missa em que o padre explica o evangelho aos fiéis. "As obras vão catequizar por meio da beleza. Elas são como um pedaço do céu. A ideia é que as pessoas entrem na igreja e se sintam amadas", diz Córdova.
     Os artistas usaram materiais como cal, pó de mármore, pigmentos coloridos e óleo de linhaça para a pintar os painéis em um processo que levou dois meses e foi todo realizado na paróquia.
     Apesar de não ter um registro formal, Córdova garante que a movimentação de pessoas quase dobrou desde que os painéis foram inaugurados. A expectativa é de que os pinturas durem cem anos. Tempo de sobra para os brasilienses verem de perto a bela união entre arte e fé.

domingo, 4 de novembro de 2012

Santos em desenhos - Dia de todos os Santos


      Na catequese da pré-Eucarista desta semana tratei do tema Dia de Todos os Santos e Dia de Finados, por ocasião da data. Deixo aqui alguns desenhos que eu fiz, para quem quiser! 


      Cada um tem algo que o identifica: João Batista - garfanhoto (ele se alimentava de mel silvestre e garfanhoto no deserto), Pedro - chave (recebeu de Cristo a chave do Céu), Miguel Arcanjo - espada (está em constante batalha no céu), Teresinha de Jesus - buquê de rosas (ela disse que derramaria do céu uma chuva de rosas), Antônio de Pádua - pexinhos (ele pregou aos peixes pois ninguém queria escutá-lo), e Zita - vassoura (ela era empregada, e servia os pobres). Daí vai a criatividade de cada um como utilizar estes desenhos! Podem ser usados também para colorir  :-)

São Pedro
São João Batista 
São Miguel Arcanjo

Santa Teresinha
Santo Antônio
Santa Zita
                 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Relação entre longevidade e religiosidade

     As páginas amarelas da Revista Veja de 10 de outubro de 2012 (Edição 2290 - Ano 45 - Nº 41) trouxeram uma excelente entrevista com o Dr. Harold G. Koenig, psiquiatra, professor da Universidade Duke na Carolina do Norte, o maior especialista mundial em estudos relacionados com religião e saúde e autor do livro Medicina, Religião e Saúde – O Encontro da Ciência e da Espiritualidade, sua obra mais recente. Ele é convertido ao protestantismo devido a sua esposa, mas trata aqui sobre religião de modo geral. Segue a entrevista de Fernanda Allegretti.



Como o senhor chegou à conclusão de que a religiosidade aumenta a sobrevida das pessoas em até 29%?

Há uma relação significativa entre frequência da prática religiosa e longevidade. Acredito que o impacto na sobrevida seja até maior, algo em tomo de 35%. Três fatores influenciam a saúde de quem pratica uma religião. [1º] O primeiro são as crenças e o significado que essas crenças atribuem à vida. Elas orientam as decisões diárias e até as facilitam, o que contribui para reduzir o stress. [2º] O segundo fator está relacionado ao apoio social. As pessoas devotadas convivem em comunidades com indivíduos que acreditam nas mesmas coisas e oferecem suporte emocional e, às vezes, até financeiro. [3º] O terceiro fator é oimpacto que a religião tem na adoção de hábitos saudáveis. Tanto os mandamentos religiosos quanto a vida em comunidade estimulam a boa saúde. Os religiosos tendem a ingerir menos álcool, porque circulam em um meio onde ele é mais escasso e com pessoas que bebem menos. Eles também têm inclinação a não fumar. É menos provável que adotem um comportamento sexual de risco, tendo múltiplos parceiros ou parceiros fora do casamento. Tudo isso influencia a saúde e faz com que vivam mais e sejam mais saudáveis.

Também se beneficiam da fé os adeptos de religiões que proíbem cuidados médicos, como é o caso das testemunhas de Jeová com a transfusão de sangue?

A maioria dos estudos comprova que os benefícios de ser adepto de uma religião são maiores que os malefícios. No caso das testemunhas de Jeová, há pesquisas que mostram que a longevidade deles não é diferente da dos católicos ou dos protestantes. Outro ponto importante é que não há tantas testemunhas de Jeová no mundo. Os grupos religiosos que se opõem a cuidados médicos são muito pequenos em comparação à grande maioria que se beneficia de suas crenças religiosas.

Quem se toma religioso tardiamente também se beneficia?

Quem se toma religioso numa idade mais madura também se beneficia, especialmente dos aspectos psicológicos e sociais. A vida passa a ter mais sentido, a pessoa ganha apoio da comunidade, esperança e interlocutores afinados com o seu jeito de ver o mundo. A consequência é a melhora da qualidade de vida. A saúde física, no entanto, não será tão influenciada porque não dá para apagar os anos de maus hábitos e os estragos feitos pelo excesso de stress.

Ter fé não é o mesmo que seguir uma religião. Do ponto de vista dos benefícios, isso também faz diferença?

Não adianta só dizer que é espiritualizado e não fazer nada. É preciso ser comprometido com a religião para gozar seus benefícios. É preciso acordar cedo para ir aos cultos, fazer parte de uma comunidade, expressar sua fé em casa, por meio de orações ou do estudo das escrituras. As crenças religiosas precisam influenciar sua vida para que elas influenciem também sua saúde.

(...)

O senhor diz que quem vê Deus como uma entidade distante e punitiva tem menos benefícios para a saúde do que quem o vê como um ser compreensivo e que perdoa. Por quê?

A religião pode virar uma fonte de stress se aumentar o sentimento de culpa ou gerar um mal-estar na pessoa por ela não conseguir cumprir com o que a doutrina considera que são suas obrigações religiosas. Não existem pesquisas que constatem isso, mas certamente um Deus punitivo, que vigia e condena seus erros, vai elevar esse stress. Por isso, acho que faz bastante diferença acreditar em um Deus amoroso e misericordioso.

Existem estudos que ligam a religiosidade profunda à ausência da depressão psicológica. O senhor também registrou esse efeito?

Os pacientes que lidam melhor com suas doenças, perdas e incapacidades ficam menos depressivos. Os religiosos suportam melhor suas limitações porque a religião dá significado a essas circunstâncias difíceis. O sofrimento adquire um propósito. O indivíduo não sofre sem razão nem se sente sozinho. As religiões têm inúmeros exemplos de sofrimento: Jesus torturado e crucificado; Jó, que perdeu bens, família, saúde; Maomé, que passou por momentos difíceis na infância. Todos sofreram, e a fé os fez seguir adiante. Um estudo recente da Universidade Colúmbia demonstrou que,quando são religiosos, filhos de pai ou mãe depressivos têm menor risco de desenvolver depressão. Provar que pessoas com fatores genéticos de risco podem ser protegidas pela religião é sensacional.

Muitos pacientes terminais desenvolvem a espiritualidade mesmo sem ter fé durante a vida. O que sua experiência revela sobre essas pessoas?

O que podemos afirmar com segurança é que pacientes religiosos toleram melhor o processo da morte. Eles acreditam que não é o fim e, por isso, não ficam tão ansiosos. Sabem que vão para um lugar melhor, no qual não sentirão mais dor ou mal-estar. Isso afeta a qualidade de vida da pessoa no período terminal e melhora a relação dela com a família.

Qual sua opinião sobre as chamadas cirurgias espirituais?

Os charlatões tendem a se aproveitar de pessoas doentes e desesperadas. Os pacientes que frequentam esses centros, em geral, não recebem benefício algum e se sentem desapontados. Alguns chegam a se revoltar contra a religião. O sofrimento acaba sendo maior porque, a partir do momento em que a pessoa perde a confiança na sua fé, perde também a habilidade de se adaptar à sua condição.

Um estudo da Santa Casa de Porto Alegre mostra que 70% dos pacientes gostariam que o médico falasse sobre religião com efes, mas apenas 15% dos médicos o fazem. Por que isso acontece?

Os médicos não recebem treinamento apropriado sobre como fazer a abordagem religiosa. Eles não sabem trazer o assunto à tona, nem como responder a perguntas do paciente sobre religião. Nos Estados Unidos e também no Brasil, ainda são poucas as faculdades de medicina que tratam do tema. A medicina é considerada uma ciência e, historicamente, há uma grande divisão entre religião e ciência. A religião é muito mais vaga e nebulosa do que a medicina e, por isso, continua não levando muito crédito. Médicos tendem a ser menos religiosos do que a população em geral, então eles não conhecem muito bem o potencial da religião.

Como o médico deve falar de religião com o paciente?

É mais simples do que parece. Só de perguntar ao paciente quanto a religião é importante na vida dele, o médico está abrindo caminho para atender às suas necessidades espirituais. O paciente deve sentir-se confortável falando sobre esse assunto com seu médico. O médico pode, naquele momento mais especial, tentar saber das decisões que um paciente terminal espera dele em situações-limite. Pode descobrir se o paciente terminal quer ser ressuscitado em caso de parada cardíaca, se deseja receber tratamento extenuante prolongado ou se prefere não estender o sofrimento. Ajuda muito o médico puxar assunto com o paciente sobre o que ele pensa da existência dos milagres ou se quer receber orações. O paciente tem de estar seguro de que o médico não vai ignorar ou fazer pouco-caso de suas carências espirituais.

Como deve ser a abordagem com um ateu?

Eu não incentivaria nenhum médico a tentar converter um ateu. Simplesmente porque essa abordagem não funciona. O médico deve apenas conversar com o paciente e tentar compreender as causas que o levaram a ser ateu. Médicos não são pastores ou padres. Nosso trabalho não é catequizar ninguém, é tentar entender o paciente e como sua crença religiosa ou a falta dela influencia sua recuperação e as decisões que vão ter consequências em seu tratamento.

domingo, 16 de setembro de 2012

Pinturas do Caminho Neocatecumenal são tema de reportagem

     "O verdadeiro e o belo fazem parelha, pois Deus é tanto a fonte do belo como a fonte da verdade. A arte, que se dedica ao belo, é portanto, um caminho apropriado para chegar à totalidade e a Deus."


     O que não se pode dizer por palavras e não se pode exprimir com o pensamento exterioriza-se  na arte.

   Ela é  "uma superabundância gratuita da riqueza interior do ser humano". Muito similarmente ao ato criador de Deus, no artista unem-se inspiração e talento humano, para trazer, a uma forma válida, algo novo, um aspecto da realidade até então nunca contemplado.

   A arte não tem fim em si mesma; ela deve elevar o ser humano, abal-a-lo, melhorá-lo e, finalmente, conduzi-lo à adoração e à gratidão a Deus.
    (Youcat, 461)

Idade certa para casar


** Artigo excelente traduzido do site US Catholic. **


      Esperar muito para subir ao altar pode tornar seus votos de casamento mais difíceis de manter.

     Era o fim do meu primeiro ano de faculdade, e eu estava pensando em me casar com a mulher dos meus sonhos. Meu pai questionou a prudência em se casar tão novo (apesar de que ele era mais jovem quando se casou com minha mãe), mas eu lhe garanti que nós tinhamos, ao longo de dois anos de namoro, nos conhecido profundamente e aprendido a amar um ao outro, e que queríamos seguir a vida juntos, a começar imediatamente. Eu expliquei que não queria tornar-me "estabelecido" e depois se casar, queríamos passar por essa aventura juntos.

     Nós nos casamos no verão antes de meu último ano com pouco dinheiro, um apartamento minúsculo, e sonhos sem fim de nosso futuro. Trinta anos mais tarde, minha esposa e eu ainda somos gratos por termos tomado a decisão de crescer em conjunto através de nossos 20 anos de idade.
 
     Mas a apreensão de meu pai, em 1980, tornou-se a tendência deste novo milênio. De fato, um recente Wall Street Journal apontou que alguns sociólogos argumentam que "o casamento precoce" é o 1 º preditor de divórcio. Eles encorajam os jovens a explorar a sua identidade, trabalho e amor por adiar o casamento e a paternidade até os 20 posteriores. Eles advertem que aqueles que não conseguem adiar essas transições familiares perdem melhores oportunidades de carreira, fazem escolhas mais pobres em parceiros, e desenvolvem mais problemas conjugais.

     Hoje, a percepção é de que o casamento exige mais do que dá e traz uma boa chance de terminar em divórcio. Não deve surpreender ninguém que a idade média para um do primeiro casamento mudou a partir dos 20 anos, em 1980 (a minha decisão era a norma na época) a 28 para homens e 26 para as mulheres de hoje. Parece intuitivo que a idade traria estabilidade, maturidade e melhores decisões, o que resultaria em casamentos mais duradouros. No entanto, há uma série de riscos que funcionam contra estes casamentos posteriores e questionam a prudência desta tendência social de adiar o casamento para seus 30 anos.



     O ponto de partida é uma reconsideração da alegação de que os casamentos precoces contribuem para maiores taxas de divórcio. Houve um estudo realizado em 2002 por Tim Heaton, que fez encontrar altas taxas de instabilidade conjugal associado com casamentos jovens, mas os riscos estavam nos casamentos de adolescentes. O impacto que a idade teve sobre os resultados na previsão do casamento se estabilizou em torno de 21 anos de idade, fazendo pouca diferença para aqueles que se casam entre 21 e 30 anos.

     Além disso, pode haver realmente maiores riscos associados a o adiar o casamento até o fim de seus 20 anos, ou em seus 30 anos. Por exemplo, esperando para se casar, muitas vezes leva a relações pre-matrimoniais, a coabitação antes do casamento, e os nascimentos pré-matrimoniais, que são todos associados com taxas mais elevadas de instabilidade conjugal. Além disso, há um leque de possibilidades menor para você alcançar um matrimônio em seus 30 e poucos anos (até os 30 anos, 75 por cento da população já são casados). Nesse ponto, as chances de alcançar um relacionamento de qualidade é inferior por causa da dificuldade em encontrar um parceiro adequado.

     Estes riscos são muitas vezes ignorados por causa de uma atitude prevalecente hoje que é bastante perigosa e enganadora: O que você experimenta em um relacionamento não tem relação com o que vai acontecer em um relacionamento posterior. Você poderia chamar isso de "compartimentalização do relacionamento", onde cada relação ocorre em seu próprio compartimento sem qualquer efeito em outro.

     Eu gosto de me referir a esta atitude como "O que acontece em Vegas, fica em Vegas". Obviamente, isso não pode ser verdade, porque o que ocorre em relacionamentos, não importa quão insignificante, carrega alguma medida de influência sobre você, a maneira que você pensa, e o que você tem em seu relacionamento próximo. Como diz a Escritura no que é tanto um estímulo e como um aviso: "Você colhe o que planta."

     Um exemplo preocupante disso foi encontrado na pesquisa sobre as mulheres por Jay Teachman, da Universidade do Oeste de Washington. Ele mostrou que o envolvimento pré-nupcial com apenas um parceiro sexual que não a pessoa com a qual uma mulher se casou triplicou o risco de divórcio, em comparação com os que tinham tido relações sexuais apenas com seu marido.

     Um segundo exemplo de que decisões de relacionamento atual afetam práticas de relacionamento futuro foi um estudo que encontrou uma ligação clara entre o número de parceiros sexuais antes do casamento e a probabilidade de infidelidade conjugal, cada parceiro adicional sexual antes do casamento resultou em um aumento significativo no risco de ter um caso depois do casamento.

     Estes são apenas dois exemplos de um extenso corpo de pesquisa que sustenta a continuidade de experiências de relacionamento. E, no entanto estes resultados de pesquisa parecem se perder nas prateleiras da biblioteca sem remodelar as práticas atuais na nossa cultura de namoro.

     Vários pesquisadores, examinando as atitudes para com o primeiro casamento de 800 jovens com idades entre 19 a 26, usam o termo "horizonte conjugal" para falar sobre qual a idade que os jovens adultos acham que é a ideal para se casar. Eles descobriram que ter um horizonte conjugal mais distante foi diretamente relacionado com mais arriscadas crenças e comportamentos pré-matrimoniais.

     Hoje, mais de 65% dos casais dizem que coabitaram antes do casamento. No entanto, não há nenhuma evidência de que viver juntos antes do casamento vai melhorar a qualidade de seu casamento ou diminuir suas chances de divórcio. No entanto, a maioria não percebe que aqueles que vivem com apenas um parceiro diferente do que se casa, podem aumentar o seu risco de divórcio em 15%.

     O ponto é que a atitude em relação ao casamento, durante os anos de namoro, vai afetar as práticas de relacionamento. E o que acontece nos relacionamentos de hoje vão afetar qualquer futuro casamento. Para melhor ou para pior, o princípio de que "você colhe o que planta" é verdadeiro.

     Como podemos apoiar o casamento e parar a idade crescente do casamento? Atitudes da sociedade vão ter que mudar, mas isso começa com os indivíduos, de decidir a data de forma que vá honrar seu futuro cônjuge e o casamento.

     Reggie entrou no meu escritório de aconselhamento, quando ele tinha acabado de completar 23 anos. Ele era a personificação da atitude do namoro atual de que o casamento não estava à vista e ter casos não ia ter consequências futuras. No entanto, a acumulação de seus relacionamentos altamente acelerados e sexualmente carregados havia deixado sensação de vazio e solidão. Após vários meses explorando seus padrões de relacionamento do passado ele decidiu adiar envolvimento sexual, até que ele se casou e construiu amizades mais sérias e relacionamentos românticos, com seu objetivo de ter um casamento gratificante em seu horizonte. Quando nos encontramos novamente quatro anos depois, ele tinha acabado de se tornar noivo de Renée e pensei que seria bom para ter um encontro com eles e certificar-se de que sua relação estava pronta para o casamento.

     Em uma de nossas sessões Renee me perguntou se eu achava que o passado de Reggie iria afetá-lo em seu casamento. Em outras palavras, era tarde demais para Reggie? Eu disse a eles que somos criaturas de hábito e Reggie fez mudanças em seus relacionamentos românticos que criaram novos hábitos e padrões. Ele "semeou" quatro anos de novos hábitos que vai colher melhores resultados em seu futuro casamento do que se ele tivesse continuado seu estilo de vida anterior à beira de sua relação com Renée.

     Relações românticas antes do casamento devem ser apreciadas, mas isso pode ser feito de forma a beneficiar um futuro casamento. Há esperança, prometida na Escritura e apoiada pela investigação, tanto para os Renees como para as Reggies do mundo. Mas é preciso um compromisso de atitudes e comportamentos benéficos ao casamento muito antes de os sinos do casamento.


** Por John Van Epp, presidente do LoveThinks e autor de Como Evitar Desabar por um Abalo. Título original: "Don't wait to marriage" (Não espere para se casar). Este artigo foi traduzido do site U.S. Catholic, publicado em 17/09/11. Tradução: Google Tradutor/Amanda Serra. **

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Jesus também sorria!


     [Do livro "Mestre de bom humor" de José Luis Soria (em homenagem à recente canonização de São Josémaria Escrivá, fundador da Opus Dei), pág. 15-22, ed. Quadrante].


     Tudo o que "toca" o Senhor ressuma alegria; mais ainda, onde quer que chegue a mensagem evangélica, imediatamente irrompe a alegria; o etíope batizado por Felipe já não pode conter a sua alegria e continuou gozoso o seu caminho (At 8,39); Paulo anuncia o Evangelho ao carcereiro e à sua família, e já os temos cheios de alegria (At 16,34); Felipe prega Jesus Cristo na Samaria e... houve uma grande alegria naquela cidade (At 8,8). [1]
     (...) Se teve horas de profunda tristeza, à vista de tanto pecado, de tanta dureza de coração e tanta ingratidão, a sua alma possuía habitualmente a plenitude da felicidade. E isso é incompatível com a melancolia. Acaso podia estar permanentemente taciturno quem disse: Quando jejuardes, não vos finjais de tristes como hipócritas?(Mt 6,16) ou não vos alegreis de que os escribas se vos submetam; alegrai-vos antes de que vossos nomes já estão escritos no céu? (Lc 10,20). É maravilhosamente consolador ver que, mesmo nos momentos em que a debilidade da natureza humana aparece de um modo patente em Jesus - como no Horto das Oliveiras -, nunca essa tristeza afeta a sua retidão espiritual e o rumo das suas decisões.

     (...) Certamente, Jesus não podia rir-se dos seus defeitos, pela soberana razão de que não os tinha; como também não podia troçar dos defeitos alheios, porque é a Misericórdia infinita; ou soltar uma gargalhada destemperada e inoportuna, que é privilégio do néscio. Mas a alegria e o humorismo não se esgotam nessas três possibilidades.
 
     Eu imagino Jesus sorrindo por dentro, na noite daquela furiosa tempestade no lago de Genesaré, quando se aproximou da barca dos Apóstolos, andando sobre o mar, e fez menção de passar ao largo. Eles, quando o viram caminhando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram. Todos, com efeito, o viram e se assustaram. Ele falou imediatamente com eles - e agora imagino-o sorrindo também por fora - e disse-lhes: "Tende confiança, sou eu, não temais". E subiu com eles à barca e o vento cessou. (Mc 6,48-51). Como é possível entender em profundidade a vida de Cristo, se a imaginamos sempre soleníssima e severa, ou se privamos o Senhor do sentido do humorismo que - nas suas melhores manifestações - é tão bom fruto da maturidade humana?
 
     Jesus não era um pregador ancião, distante e rabugento. A forte personalidade do Deus-Homem arrastava as multidões; não podemos deixar de contemplar nesse Profeta jovem um exterior atrativo e sorridente; doutro modo, mães receosas não teriam deixado os seus meninos aproximarem-se dEle, e estes não se teriam atrevido sequer a deixar que as mãos de Cristo acariciassem os seus cabelos. [2]
 
     (...) À solução que Jesus deu a Pedro, intimidado com a pergunta dos cobradores de impostos que queriam saber se o Mestre pagava o tributo da didracma: Vai ao mar, lança o anzol e o primeiro peixe que apanhares, abre-lhe a boca e acharás dentro um estáter. Toma-o, e dá por mim e por ti (Mt 17,27); seria bonito ver a cara de surpresa com que maravilhado o pescador tiraria a moeda da boca daquele Hemichromis sacra, que esse parece ser o solene nome científico do peixe da brincadeira divina.
 
     (...) Por isso, a alegria é um bem cristão, como também o são todas as suas manifestações - e o senso de humor é uma delas. Lembremo-nos sempre desta substanciosa e concisa advertência de São Josemaría Escrivá: Não conseguiremos jamais o verdadeiro e bom humor, se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. A alegria cristã é um tesouro que ninguém nos deve arrebatar. Não é simplesmente uma alegria fisiológica. É muito mais. É alegria dos filhos de Deus: dom sobrenatural que procede da graça. Por isso, a nossa alegria tem conteúdo, não é vã. Assume todas as manifestações das alegrias humanas nobres e as multiplica, dando-lhes o sólido fundamento da filiação divina. [3]

[1] S. Martinho Sáez, Tristeza humana y alegría cristiana
[2] Jesús Urteaga, O valor divino do humano
[3] Álvaro del Portillo, Homilia na Basílica de São Paulo Extramuros de Roma

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Santo Agostinho

"Quando lemos que o homem 'julga todas as coisas', isto significa que tem poder sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre todos os animais domésticos e feras, sobre toda a terra, e sobre os répteis que 'pela terra se arrastam'. Este poder, exerce-o por meio da inteligência, pela qual percebe o que é do Espírito de Deus. Mas o 'homem, posto em lugar de honra, não entendeu a sua grandeza e igualou-se aos jumentos insensatos, tornando-se semelhante a eles'( Sl 48, 21)."
Santo Agostinho, Confissões - Livro XIII. 23, 33.

     Hoje é festa da memória de Agostinho de Hipona, bispo e filósofo. Apesar de ter muito para falar dele, pois minha monografia e a futura de tese de mestrado são sobre a obra Confissões, vou me resumir hoje a comentar uma coisa que é frequente para nós filósofos católicos.

     Quando decidi estudar filosofia - sim foi uma decisão, pois na época minha pontuação na seleção foi 95,85 de um total de 100, com isso escolhia o curso que quisesse - ouvi muito que era loucura estudar isso, que tantos autores ateus iriam me desviar de Deus, que a Igreja não tinha espaço para a filosofia, etc. E eis que o Senhor se mostrou generoso e providente. Me pôs em uma universidade que é verdadeiramente um deserto árido quando se trata de fé no Cristo, mas possibilitou que eu tivesse irmãos para celebrar a Eucaristia diariamente. Mas o maior dos presentes foi encontrar a confirmação para minha fé na Filosofia. São autores como Agostinho - e também Santa Edith Stein - que me inspiram a continuar firme neste caminho de estudo e ensino.

     Que tantos outros santos conhecedores das ciências possam brotar de nosso meio! E que assim como Agostinho escreve no trecho que abre este post, possamos compreender a grandeza da missão do homem e abraçar o conhecimento da obra de Deus que é o mundo e os seres que nele habitam! Como disse certa vez para a Amanda, "Deus se alegra quando nos dedicamos a compreender sua obra, pois assim o compreendemos."

sábado, 25 de agosto de 2012

Bingo dos Santos - instrumento catequético

     Compartilho aqui a versão em português que fiz do Bingo dos Santos (baixar pdf ou word), do blog americano Shower of Roses (versão orignal). Pode ser utilizado com as crianças na catequese da Igreja, como fiz, ou com seus filhos, quem tiver. As crianças da catequese gostaram bastante!


     É um bom instrumento para ajudá-las a se familiarizar com os santos da Igreja e para incutir-lhes o desejo de se espelhar em suas histórias de conversão e de amor a Cristo. 
     Minha versão do Bingo tem 16 cartelas e a da Jessica, o original em inglês, tem 30 cartelas. Bom jogo!


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sobre o Valor e Inviolabilidade da Vida Humana


CARTA ENCÍCLICA
EVANGELIUM VITAE
DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

AOS BISPOS

AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS
AOS RELIGIOSOS E RELIGIOSAS
AOS FIÉIS LEIGOS
E A TODAS AS PESSOAS DE BOA VONTADE SOBRE O VALOR E A INVIOLABILIDADE
DA VIDA HUMANA 


"... O aborto provocado é a morte deliberada e direta, independentemente da forma como venha a ser realizada, de um ser humano na fase inicial da sua existência que vai da concepção ao nascimento" (n. 65).

"Por eutanásia, em sentido verdadeiro e próprio, deve-se entender uma ação ou uma omissão que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte com o objetivo de eliminar o sofrimento" (n. 65)


     É verdade que, em muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que evam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas estas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente.

     59. A decidirem a morte da criança ainda não nascida, a par da mãe, aparecem, com frequência, outras pessoas. Antes de mais, culpado pode ser o pai da criança, não apenas quando claramente constringe a mulher o aborto, mas também quando favorece indiretamente tal decisão ao deixá-la sozinha com os problemas de uma gravidez:

     Desse modo, a família fica mortalmente ferida e profanada na sua natureza de comunidade de amor e na sua vocação para ser 'santuário da vida'. Nem se podem calar as solicitações que, às vezes, provêm do âmbito familiar mais alargado e dos amigos. A mulher, não raro, é sujeita a pressões tão fortes que se sente psicologicamente constrangida a ceder ao aborto: não há dúvida que, neste caso, a responsabilidade moral pesa particularmente sobre aqueles que direta ou indiretamente a forçaram a abortar. Responsáveis são também os médicos e outros profissionais da saúde, sempre que põem a serviço da morte a competência adquirida para promover a vida.

     Mas a responsabilidade cai ainda sobre os legisladores que promoveram e aprovaram leis abortivas, e sobre os administradores das estruturas clinicas onde se praticam os abortos, na medida em que a sua execução dele dependa. Uma responsabilidade geral, mas não menos grave, cabe a todos aqueles que favoreceram a difusão de uma mentalidade de permissivismo sexual e de menosprezo pela maternidade, como também àqueles que deveriam ter assegurado - e não o fizeram - válidas políticas familiares e sociais de apoio às famílias, especialmente às mais numerosas ou com particulares dificuldades econômicas e educativas. Não se pode subestimar, enfim, a vasta rede de cumplicidades, nela incluindo instituições internacionais, fundações e associações, que se batem sistematicamente pela legalização e difusão do aborto no mundo.

     Neste sentido, o aborto ultrapassa a responsabilidade dos indivíduos e o dano que lhes é causado, para assumir uma dimensão fortemente social: é uma ferida gravíssima infligida à sociedade e à sua cultura por aqueles que deveriam ser os seus construtores e defensores. Como escrevi na Carta às Famílias, "encontramo-nos defronte a uma enorme ameaça contra a vida, não apenas dos simples indivíduos, mas também de toda a civilização". Achamo-nos perante algo que bem se pode definir uma 'estrutura de pecado' contra a vida humana ainda não nascida.

     60. Alguns tentam justificar o aborto, defendendo que o fruto da concepção, pelo menos até um certo número de dias, não pode ser ainda considerado uma vida humana pessoal. Na realidade, porém, 'a partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida que não é a do pai nema  da mãe, mas sim a de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria. Nunca mais se tornaria humana, senão o fosse desde então. A esta evidência de sempre (...) a ciência genética moderna fornece preciosas confirmações. Demonstrou que, desde o primeiro instante, se encontra ficado o programa daquilo que será este ser vivo: uma pessoa, esta pessoa individual, com as suas notas características já bem determinadas. Desde a fecundação, tem início a aventura de uma vida humana, cujas grandes capacidades, já presentes cada uma delas, apenas exigem tempo para se organizar e encontrar prontas para agir'.

     "Um pensamento especial quereria reserva-lo para vós, mulheres, que recorrestes ao aborto, a Igreja está a par dos numerosos condicionalismos que poderiam ter influído sobre a vossa decisão, e não duvida de que, em muitos casos, se tratou de uma decisão difícil, talvez dramática. Provavelmente a ferida no vosso espírito ainda não está sarada. Na realidade, aquilo que aconteceu, foi e permanece  profundamente injusto. Mas não vos deixeis cais no desânimo, nem percais a esperança. Sabei, antes, compreender o que se verificou e interpretai-o em toda a sua verdade. Se não o fizeste ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda misericórdia espera-vos para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da Reconciliação. Dar-vos-eis conta de que nada está perdido, e podereis pedir perdão também ao vosso filho que agora vive no Senhor. Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloquentes defensores do direito de todos à vida. Através do vosso compromisso a favor da vida, coroado eventualmente com o nascimento de novos filhos e exercido através do acolhimento e atenção a quem está mais carecido de solidariedade, sereis artificies de um novo modo de olhar a vida do homem".

     ... No caso de uma lei intrinsecamente injusta, como aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito conformar-se com ela, "nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem dar-lhe a aprovação com o próprio voto" (n.73).

     "... a defesa e a promoção da vida não são monopólio de ninguém, mas tarefa e responsabilidade de todos" (n. 91).

     Diante da norma moral que proíbe a eliminação direta de um ser humano inocente, "não existem privilégios, nem exceções para ninguém" (n.57).


Trecho da encíclica Evangelium Vitae, o texto completo pode ser encontrado aqui.

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