domingo, 7 de fevereiro de 2016

Meu parto humanizado no SUS

     Nosso filho, enfim, nasceu! 27 de janeiro de 2016.

     Gostaria de deixar um pouco da minha experiência de parto e parabenizar meu atendimento no SUS. Mesmo com muitos medos por parte da família, resolvemos arriscar e fizemos todo o pré-natal no posto de saúde mais próximo, e fui acompanhada por uma enfermeira muito boa, e a maior parte dos exames necessários foram feitos pela rede cegonha. 

     Como fiz natação durante toda a gravidez e não tenho histórico de doença grave na família, mantive o sonho de um parto normal humanizado, porém sabendo que atualmente no Brasil ocorrem tantas cesáreas eletivas e maus tratos nos partos normais por parte dos profissionais. Fiquei tentada a pagar umas enfermeiras que fazem parto humanizado em casa na cidade, mas descobrimos uma maternidade que tem assistência a um parto mais humanizado pela rede pública (o hospital universitário daqui). Então fiz uma visita e fiquei mais tranquila, mas havia o risco de não haver leito disponível na hora "h" (se isso ocorresse nos transfeririam a outra maternidade). 

     Com um mês antes do previsto (36 semanas + 1 dia), comecei a sentir as dores às 3 horas da madrugada, e às 8 horas da manhã ele nasceu, com 3kgs e muita saúde! Graças a Deus, neste dia, havia muitos leitos vazios. Nos surpreendemos com leitos de parto separados uns dos outros, onde ofereciam bolas de pilates e cadeiras para parto para a parturiente se sentir a vontade na melhor posição. Sabia que na cadeira de parto o expulsivo era mais fácil devido à ação da gravidade, então resolvi tentar. Queriam me dar ocitocina para acelerar as contrações do expulsivo, mas eu pedi pra esperar pois eu acreditava que não ia precisar. Meu esposo esteve comigo durante todo o processo, e em uns vinte minutos de expulsivo, nosso filho logo nasceu, e a obstetra (coincidentemente também chamada Amanda e com 24 anos!) colocou-o nos meus braços, e ele logo olhou para mim e para o pai... e isso jamais será apagado de nossas lembranças, passaria por tudo de novo!! Depois disso recebemos toda assistência necessária por vários profissionais e recebemos alta no terceiro dia. O quarto onde passamos este tempo é para quatro mulheres, um pouco apertado, e as instalações do banheiro não eram boas mas, tirando isso, foi tudo muito bom.

     Sei que cada mulher tem um limiar de dor diferente, e cada trabalho de parto, uma duração, mas pela experiência que tive, posso dizer que foi uma dor bastante suportável (a parte mais dolorosa, na minha opinião, foi o expulsivo). Somos capazes de dar a luz naturalmente, eu acreditei nisso e recomendo para todas que desejam  e podem passar por esta experiência! É preciso preparar-se psicologicamente, não dar ouvidos àqueles que fazem tanto terror, conhecer de antemão as etapas do trabalho de parto. Sempre procurei enxergar esta dor como algo que o próprio Deus dá a nós, mulheres, como um choque de realidade necessário para a nova fase da vida em que estamos entrando.

     Talvez não teria passado por isso com tranquilidade se não fosse meu esposo e meus pais, que me acompanharam durante toda a gestação, durante a qual tive a intercessão de Nossa Senhora do Bom Parto, mãe de Jesus e nossa mãe. Louvado seja Deus!

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