sexta-feira, 25 de maio de 2012

Apelo aos Artistas



     Quem tiver notado em si mesmo esta espécie de centelha divina que é a vocação artística – de poeta, escritor, pintor, escultor, arquiteto, músico, ator... -, tem a obrigação de não desperdiçar este talento, mas de o desenvolver para colocá-lo a serviço do próximo e de toda a humanidade. 

     Assim disse o Beato João Paulo II, na belíssima Carta do Papa João Paulo II aos Artistas [clique] (1999). Qualquer pessoa, como eu, que tenha este impulso à arte, irá amar ler esta carta que nos dá profundas inspirações para não deixar escondida nossa capacidade inventiva e artística. Ele se dirige “a todos aqueles que apaixonadamente procuram novas ‘epifanias’ da beleza para oferecê-las ao mundo como criação artística”, sejam cristãos ou não.
     Ao longo da história da Igreja procurou-se exprimir o verdadeiro através do belo, por meio das belíssimas Basílicas, dos cantos, das imagens. Assim, o Papa ressalta a importância da arte na História da humanidade e na transmissão da mensagem de Cristo. Mostra, além disso, o quanto o tema religioso esteve presente na história da arte, de tal forma que ela ficaria empobrecida sem o manancial do Evangelho, haja vista que tantos artistas famosos usaram dessa temática para suas composições, a saber: Bach, Mozart, Schubert, Beethoven, Verdi e tantos outros de outras áreas artísticas.
     A carta mostra a relação entre o criador (que dá origem) e o artífice (que transforma o já criado); todo homem é chamado a ser artífice, pois a ele foi submetido “o mundo visível como um campo imenso para exprimir sua capacidade criativa”. Da mesma forma, a carta mostra a relação entre o bom e o belo: Deus percebeu que sua criação, além de boa, era bela, no sentido de que “a beleza é a expressão visível do bem”.  
     Ainda no espírito do Concílio Vaticano II, o então Papa reforça o incentivo à arte na vida da Igreja, pois os padres conciliares já sublinhavam a grande importância da literatura e das artes na vida do homem. A história da nossa Salvação já deu e continua nos dando muitas fontes de inspiração para a arte: o próprio Verbo encarnado, Deus feito homem, a Virgem Santa, a "toda bela", as narrações da criação, do pecado, do dilúvio, do êxodo até a paixão e ressurreição do Senhor, pentecostes e os acontecimentos previstos no Apocalipse.

      “Ninguém melhor do que vós, artistas, construtores geniais de beleza, pode intuir algo daquele pathos com que Deus, na aurora da criação, comtemplou a obra das suas mãos. Por isso, quanto mais consciente está o artista do dom que possui, tanto mais se sente impelido a olhar a si mesmo e para a criação inteira com olhos capazes de contemplar e agradecer a Deus seu hino de louvor.”

     Você, artista, em especial o artista cristão, não deixe ler [comprar]! A paz de Cristo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ridicularização do Matrimônio nas novelas


      Em todas as novelas é praticamente obrigatória uma cena de casamento frustrado numa igreja católica. Ou é forçado, ou um dos noivos fica esperando, ou aparece alguém pra estragar tudo, ou o padre faz papel de palhaço, enfim, sempre encontram um jeito para ridicularizar o sacramento.

     É engraçado que a maior emissora do Brasil não é católica mas faz questão de colocar elementos católicos nas novelas, talvez para atrair o público - o que é até compreensível - quando o que realmente ela prega é vingança, traição e desrespeito total ao que a Igreja orienta. Por isso, se você quer realmente ser cristão, não deve assistir a novelas.

     Muitos que conheço que assistem dizem que elas não influenciam no que acreditamos, pois podemos escolher o que dar ouvidos. Nem sempre isso é controlável; eu mesma quando era mais nova assistia de 3 a 4 novelas por dia de semana e isso inconscientemente me influenciou bastante: além de ter tomado o tempo que poderia ter dedicado a outras coisas (estudar, rezar, brincar, ler um livro,...), me fez ter concepções falhas sobre assuntos como namoro, modo de vestir, modo de falar, de tratar os outros, ainda que o que eu recebia na catequese da Igreja fosse o contrário. Muitas destas concepções antigas, inclusive, só fui quebrar recentemente. O ser humano é muito influenciável com o que vê e ouve. Por isso devemos ter muito cuidado, principalmente com as crianças. "O que os olhos não veem o coração não sente."

     Já está mais que na hora de a religião católica ser levada mais a sério, principalmente pelos católicos. Se as novelas usam a imagem da Igreja para ser cenário religioso da vida dos personagens e ao mesmo tempo cenário da vingança, do interesse (pela forma com que recorrem aos santos) e do desamor por parte dos personagens, é porque de fato tem acontecido uma incoerência na fé de muitos católicos, se é que se pode chamar fé, dado a superficialidade. O atual papa Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior sem atuação coerente e consistente. Em nada contribuem para a construção do Reino de Deus aqueles que usam a Igreja apenas como um supermercado, aonde vão só para "comprar" um casamento, uma missa de sétimo dia, um batizado, uma benção, como coisas corriqueiras. As novelas retratam estas pessoas pois compoem boa parte do público, e a emissora não está nenhum pouco preocupada com que as pessoas conheçam a profundidade da fé católica.

     Devemos ter cuidado, enfim, com o permanecer em um catolicismo superficial, escolhendo da religião só aquilo que lhe interessa e jogando o resto pelo ralo. Ou tudo ou nada, pois os mornos Deus vomita (Ap 3,15). Os católicos mornos são os futuros apóstatas (que abandonam sua igreja), que é o que tem ocorrido. Querendo nós ou não, o seguimento de Jesus Cristo exige o esvaziamento de si mesmo e entrega total àquilo que Ele nos propõe, ainda que seja difícil e desafiador. No entanto, não há o que temer, pois Ele sabe exatamente qual o melhor para nós. O amor a Cristo também propõe conhecimento e observância dos mandamentos. "Quem tem meus mandamentos e os observa, este é quem me ama." Jo14, 21.


Amanda Serra.

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