quinta-feira, 7 de março de 2013

E este barulho todo?

     Uma breve comparação das capas da revista Veja sobre o papa Bento XVI. A primeira foi publicada quando o papa foi eleito pelo conclave em 2003, a segunda foi publicada na semana em que anunciou-se a renúncia do Santo Padre.



     O interessante dessa segunda capa são as perguntas no rodapé da página. Em especial a que diz 'Dilema: se um papa pode renunciar, por que um casal não pode se divorciar?' É sério isso? Tudo bem, eu já não respeito a Veja há muito tempo, mas fazer pergunta tão sem fundamento ultrapassa os limites de um jornalismo responsável. Em primeiro lugar o posto de Chefe da Igreja esta em um âmbito diferente do casamento. Por definição, o equivalente ao matrimônio do casal é o sacramento da ordem para o sacerdote. Ao renunciar ao posto de Papa, Ratzinger deixa uma posição dentro do clero mas não abandona o sacramento da Ordem, portanto não há comparação entre divórcio e renúncia papal. 

     Mas há um erro maior, pois ao menos nesse primeiro caso pode-se argumentar que o jornalista não conhece a Igreja e o conceito de sacramento... o erro a que me refiro é este 'DILEMA' que abre a pergunta. Escrever que isso é dilema é no mínimo sinal de uma ignorância tremenda quando se trata de lógica básica, matéria que deveria ser obrigatória para um jornalista que escreve para uma revista do porte da Veja. Mas onde está o erro? Simples! Um dilema é uma situação onde, indiferente da opção que se tome, a conseqüência será a mesma, e este não é o caso da renuncia papal frente ao divórcio. Que feio...

Ajude a salvar vidas!


Uma iniciativa do Fábio Coala, do site Mentirinhas.


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