terça-feira, 28 de agosto de 2012

Santo Agostinho

"Quando lemos que o homem 'julga todas as coisas', isto significa que tem poder sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre todos os animais domésticos e feras, sobre toda a terra, e sobre os répteis que 'pela terra se arrastam'. Este poder, exerce-o por meio da inteligência, pela qual percebe o que é do Espírito de Deus. Mas o 'homem, posto em lugar de honra, não entendeu a sua grandeza e igualou-se aos jumentos insensatos, tornando-se semelhante a eles'( Sl 48, 21)."
Santo Agostinho, Confissões - Livro XIII. 23, 33.

     Hoje é festa da memória de Agostinho de Hipona, bispo e filósofo. Apesar de ter muito para falar dele, pois minha monografia e a futura de tese de mestrado são sobre a obra Confissões, vou me resumir hoje a comentar uma coisa que é frequente para nós filósofos católicos.

     Quando decidi estudar filosofia - sim foi uma decisão, pois na época minha pontuação na seleção foi 95,85 de um total de 100, com isso escolhia o curso que quisesse - ouvi muito que era loucura estudar isso, que tantos autores ateus iriam me desviar de Deus, que a Igreja não tinha espaço para a filosofia, etc. E eis que o Senhor se mostrou generoso e providente. Me pôs em uma universidade que é verdadeiramente um deserto árido quando se trata de fé no Cristo, mas possibilitou que eu tivesse irmãos para celebrar a Eucaristia diariamente. Mas o maior dos presentes foi encontrar a confirmação para minha fé na Filosofia. São autores como Agostinho - e também Santa Edith Stein - que me inspiram a continuar firme neste caminho de estudo e ensino.

     Que tantos outros santos conhecedores das ciências possam brotar de nosso meio! E que assim como Agostinho escreve no trecho que abre este post, possamos compreender a grandeza da missão do homem e abraçar o conhecimento da obra de Deus que é o mundo e os seres que nele habitam! Como disse certa vez para a Amanda, "Deus se alegra quando nos dedicamos a compreender sua obra, pois assim o compreendemos."

sábado, 25 de agosto de 2012

Bingo dos Santos - instrumento catequético

     Compartilho aqui a versão em português que fiz do Bingo dos Santos (baixar pdf ou word), do blog americano Shower of Roses (versão orignal). Pode ser utilizado com as crianças na catequese da Igreja, como fiz, ou com seus filhos, quem tiver. As crianças da catequese gostaram bastante!


     É um bom instrumento para ajudá-las a se familiarizar com os santos da Igreja e para incutir-lhes o desejo de se espelhar em suas histórias de conversão e de amor a Cristo. 
     Minha versão do Bingo tem 16 cartelas e a da Jessica, o original em inglês, tem 30 cartelas. Bom jogo!


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sobre o Valor e Inviolabilidade da Vida Humana


CARTA ENCÍCLICA
EVANGELIUM VITAE
DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

AOS BISPOS

AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS
AOS RELIGIOSOS E RELIGIOSAS
AOS FIÉIS LEIGOS
E A TODAS AS PESSOAS DE BOA VONTADE SOBRE O VALOR E A INVIOLABILIDADE
DA VIDA HUMANA 


"... O aborto provocado é a morte deliberada e direta, independentemente da forma como venha a ser realizada, de um ser humano na fase inicial da sua existência que vai da concepção ao nascimento" (n. 65).

"Por eutanásia, em sentido verdadeiro e próprio, deve-se entender uma ação ou uma omissão que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte com o objetivo de eliminar o sofrimento" (n. 65)


     É verdade que, em muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que evam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas estas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente.

     59. A decidirem a morte da criança ainda não nascida, a par da mãe, aparecem, com frequência, outras pessoas. Antes de mais, culpado pode ser o pai da criança, não apenas quando claramente constringe a mulher o aborto, mas também quando favorece indiretamente tal decisão ao deixá-la sozinha com os problemas de uma gravidez:

     Desse modo, a família fica mortalmente ferida e profanada na sua natureza de comunidade de amor e na sua vocação para ser 'santuário da vida'. Nem se podem calar as solicitações que, às vezes, provêm do âmbito familiar mais alargado e dos amigos. A mulher, não raro, é sujeita a pressões tão fortes que se sente psicologicamente constrangida a ceder ao aborto: não há dúvida que, neste caso, a responsabilidade moral pesa particularmente sobre aqueles que direta ou indiretamente a forçaram a abortar. Responsáveis são também os médicos e outros profissionais da saúde, sempre que põem a serviço da morte a competência adquirida para promover a vida.

     Mas a responsabilidade cai ainda sobre os legisladores que promoveram e aprovaram leis abortivas, e sobre os administradores das estruturas clinicas onde se praticam os abortos, na medida em que a sua execução dele dependa. Uma responsabilidade geral, mas não menos grave, cabe a todos aqueles que favoreceram a difusão de uma mentalidade de permissivismo sexual e de menosprezo pela maternidade, como também àqueles que deveriam ter assegurado - e não o fizeram - válidas políticas familiares e sociais de apoio às famílias, especialmente às mais numerosas ou com particulares dificuldades econômicas e educativas. Não se pode subestimar, enfim, a vasta rede de cumplicidades, nela incluindo instituições internacionais, fundações e associações, que se batem sistematicamente pela legalização e difusão do aborto no mundo.

     Neste sentido, o aborto ultrapassa a responsabilidade dos indivíduos e o dano que lhes é causado, para assumir uma dimensão fortemente social: é uma ferida gravíssima infligida à sociedade e à sua cultura por aqueles que deveriam ser os seus construtores e defensores. Como escrevi na Carta às Famílias, "encontramo-nos defronte a uma enorme ameaça contra a vida, não apenas dos simples indivíduos, mas também de toda a civilização". Achamo-nos perante algo que bem se pode definir uma 'estrutura de pecado' contra a vida humana ainda não nascida.

     60. Alguns tentam justificar o aborto, defendendo que o fruto da concepção, pelo menos até um certo número de dias, não pode ser ainda considerado uma vida humana pessoal. Na realidade, porém, 'a partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida que não é a do pai nema  da mãe, mas sim a de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria. Nunca mais se tornaria humana, senão o fosse desde então. A esta evidência de sempre (...) a ciência genética moderna fornece preciosas confirmações. Demonstrou que, desde o primeiro instante, se encontra ficado o programa daquilo que será este ser vivo: uma pessoa, esta pessoa individual, com as suas notas características já bem determinadas. Desde a fecundação, tem início a aventura de uma vida humana, cujas grandes capacidades, já presentes cada uma delas, apenas exigem tempo para se organizar e encontrar prontas para agir'.

     "Um pensamento especial quereria reserva-lo para vós, mulheres, que recorrestes ao aborto, a Igreja está a par dos numerosos condicionalismos que poderiam ter influído sobre a vossa decisão, e não duvida de que, em muitos casos, se tratou de uma decisão difícil, talvez dramática. Provavelmente a ferida no vosso espírito ainda não está sarada. Na realidade, aquilo que aconteceu, foi e permanece  profundamente injusto. Mas não vos deixeis cais no desânimo, nem percais a esperança. Sabei, antes, compreender o que se verificou e interpretai-o em toda a sua verdade. Se não o fizeste ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda misericórdia espera-vos para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da Reconciliação. Dar-vos-eis conta de que nada está perdido, e podereis pedir perdão também ao vosso filho que agora vive no Senhor. Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloquentes defensores do direito de todos à vida. Através do vosso compromisso a favor da vida, coroado eventualmente com o nascimento de novos filhos e exercido através do acolhimento e atenção a quem está mais carecido de solidariedade, sereis artificies de um novo modo de olhar a vida do homem".

     ... No caso de uma lei intrinsecamente injusta, como aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito conformar-se com ela, "nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem dar-lhe a aprovação com o próprio voto" (n.73).

     "... a defesa e a promoção da vida não são monopólio de ninguém, mas tarefa e responsabilidade de todos" (n. 91).

     Diante da norma moral que proíbe a eliminação direta de um ser humano inocente, "não existem privilégios, nem exceções para ninguém" (n.57).


Trecho da encíclica Evangelium Vitae, o texto completo pode ser encontrado aqui.

sábado, 4 de agosto de 2012

Enfim... noiva!

     Não imaginava que ser noiva iria ser tão diferente de ser apenas namorada, ainda que eu já esperasse que ele em breve faria o pedido. De repente me vi com o futuro claramente traçado e consequentemente com uma responsabilidade imensa em minhas mãos. Passei a ser responsável pela vida de alguém que a entregou a meus pés e que se dispôs a abandonar tudo para iniciar uma família comigo. Que seriedade devo ter agora! A demorou para cair a ficha... Quanto deverei mudar a partir de agora, passar a tomar firmes decisões em minha vida, abandonar o egoísmo e o comodismo, sair da dependência de meus pais para passar a confiar meu sustento totalmente a ele. Agora não posso mais ser a menina que recebia tudo na mão e não precisava se preocupar com nada. 

     O traço da vida vai exigindo que tenhamos seriedade. Não cabe mais a mim a insegurança nos sentimentos, pois daqui a pouco serei a segurança de outras pessoinhas, e serei tomada como exemplo para outras pessoas. Deverei pensar tudo em conjunto. Aprendi neste últimos dias que qualquer vocação que uma pessoa seguir, ela irá ter que se mortificar pelo outro, entregar a vida pelo outro, fazer o possível para a felicidade e alegria do outro, se realmente o ama, pois só assim se alcança um amor sincero e sem egoísmo. A relação esposo-esposa é como a relação Cristo-Igreja, um dá a vida pelo outro. Aprendi também que se eu quiser realmente ser uma boa esposa, tenho que sê-lo desde hoje, no que é permitido, pois não é de um dia para o outro que se aprende.
 
     Eu acredito piamente que ele será um bom esposo e pai, pois me ama e teme muito a Deus, e agora é a hora de apoiar-se nesta certeza e entregar tudo ao Senhor, pois Ele cuidará de tudo. É hora de aceitar os defeitos dele e ele os meus, e esperar que nosso amor aos poucos sublime estes defeitos, pois o amor tem este poder. Se o Senhor me deu esta vocação, é para a minha felicidade, e espero poder corresponder com amor. Que Deus sinceramente me ajude nesta nova etapa da minha vida, ou melhor, da nossa vida! Amém.

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