segunda-feira, 18 de junho de 2012

O que você espera da Jornada Mundial da Juventude?


      Sempre nos vem a pergunta: Ah, você vai pro Rio ano que vem, pra ver o Papa? O próprio Papa, no entanto, nos adverte que o encontro não é com ele, mas é um encontro com Jesus Cristo, junto com o Papa! Apesar da grande aventura, de conhecer lugar novo, pessoas novas, costumes novos, não percamos nunca o foco; não só nesta Jornada, mas em todos os encontros para os quais a missão nos chamar.

     Começarei a postar alguns desenhos que faço. Não sou profissional, mas espero que os desenhos agradem! Enviem suas opiniões. Abraço.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Família costarriquenha, 9 filhos, católica

           Esta numerosa família de Costa Rica é exatamente o modelo de família que o mundo atual quer fazer com que não mais exista. Com seus nove filhos, a família Alfaro González quer mostrar ao mundo que a abertura à vida não é impossível, e é fruto da fidelidade à Igreja Católica e à providência de Deus. Assim como várias outras famílias numerosas, esta família é membro do Caminho Neocatecumenal (itinerário de formação cristã católica). A ideia da abertura à vida não é necessariamente ter muitos filhos, até porque nem todos os casais possuem fertilidade elevada, mas aceitar o dom da fertilidade como benção no matrimônio, sendo permitido ao casal, caso necessário, espaçar os nascimentos, através da abstinência sexual nos períodos férteis da mulher (Encíclica Humanae Vitae).

           Na entrevista ao programa Buen Día este mês (ver vídeo em espanhol), mostraram que têm muito que compartilhar. Os filhos são de idade entre 1,5 ano e 17 anos. Segundo a mãe, Silvia, decoradora e muito simpática, eles levantam às cinco. Todos eles ajudam muito nos serviços de casa. Os maiores vão ajudando os pequenos. Por serem muitos, tendem a ser muito ordenados, como um exército, diz ela. Um põe a mesa, outro a comida, e assim se organizam. “Estabelecemos regras como em qualquer grupo e eles sabem que têm que respeitar”. O pai, Jorge, arquiteto, diz que a razão desta família é basicamente uma experiência espiritual, um encontro que eles dois tem com Jesus Cristo e com Deus, junto à Igreja Católica. 
Ao ser arguida sobre os nove partos, ela conta: é óbvio que o corpo sente, mas a cada parto se torna mais fácil, menos doloroso, apesar do trauma do primeiro, que ninguém se esquece! O pai afirma: “É difícil, mas não é impossível, pois Deus é quem cuida desta família e ela se sustenta pelo que cremos: Deus provê, e esta palavra se cumpre. Quanto devemos ter para manter uma família de 9 filhos? Não sei! Mas temos conseguido!” Eles moram numa casa média, mas aconchegante; embora os quartos tenham muitas camas, a mesa possui 11 lugares e no micro-ônibus cabe todos. “Não se trata de ter filhos por ter, diz ele, pois não teria sentido, mas trata-se de querer criar uma sociedade nova, e filhos com valores verdadeiros. Nesses tempos atuais, se tem dado muita importância ao dinheiro, para o qual se dá praticamente uma espécie de culto. Mas a quantidade de filhos que podemos ter ou não, não tem a ver com o bolso”. Ele, por fim, deixa uma mensagem final a todos os casais: queremos dizer a todos os pais que não se privem desta benção, pois Deus existe e está muito acima do dinheiro, não tenham tanto medo!

           Aí vão dois blogs de mulheres que vivem esta experiência de família numerosa e compartilham suas experiências diárias:
- showerofroses.blogspot.com.br
- blairandsteven.blogspot.com.br

"Os filhos são a benção do Senhor. Como flechas que um guerreiro tem na mão, são os filhos de um casal de esposos jovens. Feliz aquele pai que com tais flechas, consegue abastecer a sua aljava." Salmo 126(127), 3-5.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Discurso de Bento XVI aos namorados

     Aproximando-se o Dia dos Namorados, apresento-vos este belíssimo texto do nosso pastor em Cristo, que incentiva a nós, jovens namorados, a viver com verdadeira intensidade esta bela fase de nossas vidas!
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ENCONTRO COM OS JOVENS NAMORADOS  
XXV CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL
Visita Pastoral a Ancona (Itália)
Domingo, 11 de setembro de 2011

 

       Queridos namorados!

     Estou feliz por concluir esta intensa jornada, cume do Congresso Eucarístico Nacional, encontrando-me convosco, quase desejando confiar a herança deste evento de graça às vossas jovens vidas.

     A Eucaristia, dom de Cristo para a salvação do mundo, indica e contém o horizonte mais verdadeiro da experiência que estais vivendo: o amor de Cristo enquanto plenitude do amor humano. Agradeço ao Arcebispo de Ancona-Osimo, Dom Edoardo Menichelli, pela sua cordial saudação, e a todos vós por essa vivaz participação; obrigado também pelas perguntas que me tendes dirigido e que eu acolho confiando na presença em meio a nós do Senhor Jesus: Ele somente tem palavras de vida eterna, palavras de vida para vós e para o vosso futuro!

     Aquelas que apresentais são interrogações que, no atual contexto social, assumem um peso ainda maior. Gostaria de oferecer-vos algumas orientações para uma resposta. Em certos aspectos, o nosso não é um tempo fácil, sobretudo para vós, jovens. A mesa está preparada com tantas coisas deliciosas, mas, como no episódio evangélico das bodas de Caná, parece que veio a faltar o vinho da festa. Sobretudo a dificuldade de encontrar um trabalho estável estende um véu de incerteza sobre o futuro. Essa condição contribui para adiar a tomada de decisões definitivas, e incide de modo negativo sobre o crescimento da sociedade, que não chega a valorizar plenamente a riqueza das energias, das competências e da criatividade da vossa geração.

     Falta o vinho da festa também em uma cultura que tende a prescindir de claros critérios morais: na desorientação, cada um é forçado a mover-se de maneira individual e autônoma, muitas vezes apenas no perímetro do presente. A fragmentação do tecido comunitário reflete-se em um relativismo que mina os valores essenciais; a harmonia de sentimentos, estados de ânimo e de emoções parece mais importante que a partilha de um projeto de vida. Também as escolhas de fundo, portanto, tornam-se frágeis, expostas a uma perene revogabilidade, que muitas vezes é tida como expressão de liberdade, mesmo que assinale, mais que tudo, a carência. Pertence a uma cultura privada do vinho da festa também a aparente exaltação do corpo, que, na realidade, banaliza a sexualidade e tende a fazê-la viver fora de um contexto de comunhão de vida e de amor.

     Queridos jovens, não tenhais medo de afrontar esses desafios! Não percais nunca a esperança. Tendes coragem, também nas dificuldades, permanecendo firmes na fé. Estais certos de que, em cada circunstância, sois amados e protegidos pelo amor de Deus, que é a nossa força. Por isso, é importante que o encontro com Ele, sobretudo na oração pessoal e comunitária, seja constante, fiel, exatamente como é o caminho do vosso amor: amar a Deus e sentir que Ele me ama. Nada nos pode separar do amor de Deus! Estejais certos, pois, que também a Igreja vos é próxima, vos sustenta, não cessa de olhar para vós com grande confiança. Ela sabe que tendes sede de valores, aqueles verdadeiros, sobre os quais vale a pena construir a vossa casa! O valor da fé, da fé, da família, das relações humanas, da justiça. Não vos desencorajeis diante das carências que parecem tirar a alegria da mesa da vida. Nas núpcias de Caná, quando vem a faltar o vinho, Maria convidou os servos a dirigir-se a Jesus e deu-lhes uma indicação preciosa: “Fazei o que ele vos disser” (Jo2,5). Tenhais como um tesouro a essas palavras, as últimas de Maria reportadas no Evangelho, quase o seu testamento espiritual, e tereis sempre a alegria da festa: Jesus é o vinho da festa!

 

     Como namorados, vos encontrais a viver uma época única, que abre à maravilha do encontro e faz descobrir a beleza de existir e de ser preciosos para alguém, de poder-vos dizer reciprocamente: tu és importante para mim. Vivais com intensidade, gradualidade e verdade esse caminho. Não renuncieis a perseguir um ideal alto de amor, reflexo e testemunho do amor de Deus! Mas, como viver essa fase da vossa vida, testemunhar o amor na comunidade? Gostaria de dizer-vos, antes de tudo, que eviteis vos trancar em relacionamentos íntimos, falsamente tranquilizadores; façais, mais que tudo, que a vossa relação torne-se levedo de uma presença ativa e responsável na comunidade. Não esqueçais, pois, que, para ser autêntico, também o amor exige um caminho de amadurecimento: a partir da atração da inicial e do “sentir-se bem” com o outro, educai-vos a “querer bem” ao outro. O amor vive de gratuidade, de sacrifício de si, de perdão e de respeito pelo outro.

     Queridos amigos, cada amor humano é sinal do Amor eterno que nos criou, e cuja graça santifica a escolha de um homem e de uma mulher em dar-se reciprocamente a vida no matrimônio. Vivais esse tempo do namoro na expectativa confiante de tal dom, que é acolhido percorrendo uma estrada de consciência, de respeito, de atenções que não deveis nunca ferir: somente nessa condição a linguagem do amor permanecerá significativa também ao passar dos anos. Educai-vos, pois, desde agora à liberdade da fidelidade, que leva a se proteger reciprocamente, até viver um pelo outro. Preparai-vos para escolher com convicção o “para sempre” que conota o amor: a indissolubilidade, antes que condição, é dom a ser desejado, pedido e vivido, para além de todas as mutáveis situações humanas. E não pensais, segundo uma mentalidade difusa, que a convivência seja garantia para o futuro. Queimar as etapas leva a “queimar” o amor, que, ao contrário, tem necessidade de respeitar os tempos e a gradualidade nas expressões; tem necessidade de dar espaço a Cristo, que é capaz de tornar um amor humano fiel, feliz e indissolúvel. A fidelidade e a continuidade do vosso querer-vos bem vos tornarão capazes também de ser abertos à vida, de serem pais: a estabilidade da vossa união no Sacramento do Matrimônio permitirá aos filhos que Deus desejar vos dar crescer confiantes na bondade da vida. Fidelidade, indissolubilidade e transmissão da vida são os pilares de cada família, verdadeiro bem comum, patrimônio precioso para toda a sociedade. Desde agora, fundai sobre tudo isso o vosso caminho rumo ao matrimônio e testemunhai-o também aos vossos coetâneos: é um serviço precioso! Sejais gratos a quantos, com compromisso, competência e disponibilidade vos acompanham na formação: são sinal da atenção e do cuidado que a comunidade cristã vos reserva. Não sejais sós: busqueis e acolheis por primeiro a companhia da Igreja.

     Gostaria de voltar ainda sobre um ponto essencial: a experiência do amor tem no seu interior a tensão rumo a Deus. O verdadeiro amor promete o infinito! Fazei, portanto, deste vosso tempo de preparação ao matrimônio um itinerário de fé: redescubrais para a vossa vida de casal a centralidade de Jesus Cristo e do caminhar na Igreja. Maria ensina-nos que o bem de cada um depende do escutar com docilidade a palavra do Filho. Em quem se confia n’Ele, a água da vida cotidiana transforma-se no vinho de um amor que torna boa, bela e fecunda a vida. Caná, de fato, é anúncio e antecipação do dom do vinho novo da Eucaristia, sacrifício e banquete no qual o Senhor nos alcança, renova e transforma. Não firais a importância vital desse encontro: a assembleia litúrgica dominical vos encontre plenamente participantes; da Eucaristia brota o sentido cristão da existência e um novo modo de viver (cf. Exort. ap. postsin.Sacramentum caritatis, 72-73). Não tenhais, então, medo de assumir a comprometedora responsabilidade da escolha conjugal; não temais em entrar neste “grande mistério”, no qual duas pessoas tornam-se uma só carne (cf. Ef 5,31-32).


     Caríssimos jovens, confio-vos à proteção de São José e de Maria Santíssima; seguindo o convite da Virgem Mãe – “Fazei o que ele vos disser” – não vos faltará o sabor da verdadeira festa e sabereis levar o “vinho” melhor, aquele que Cristo dá para a Igreja e para o mundo. Gostaria de dizer-vos que também eu sou próximo a vós e a todos aqueles que, como vós, vivem esse maravilhoso caminho do amor. Abençoo-vos de todo o coração!

Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé
(tradução de Leonardo Meira – equipe CN Notícias)

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