quinta-feira, 11 de julho de 2013

Família inteira na JMJ

     Minha família foi convidada para uma entrevista para o Jornal do Maranhão, o jornal da arquidiocese daqui. Aí está a matéria, que saiu este mês!


"Famílias inteiras desejam encontro com o papa"
    Embora seja alvo da Jornada Mundial da Juventude, engana-se quem pensa no jovem como único objetivo. O evento acolhe a todos. Por isso são muitos os casos de famílias que, inteiras, arrumaram as malas para o encontro com o papa.
     Em São Luís, um dos exemplos é a família Serra (foto). Depois da frustração de não poder enviar as filhas (Adriana e Amanda) para a JMJ na Espanha, João e Clenilde decidiram que a hora é agora.
     Mas não se iluda pensando que é fácil uma família inteira participar de um evento desses. Isso exige sacrifícios, renúncias. Adriana está de aviso prévio. Amanda, além de perder todas as provas na faculdade, terá de negociar com o futuro chefe o adiamento do início de um estágio.
     "Mas a jornada é, sobretudo, um encontro com Jesus Cristo para reavivar a nossa fé. Isso é melhor ainda em família", afirmam os Serra.

   Antes que alguém me pergunte, com relação às provas irei certamente perder duas provas, e ainda tenho esperança de que sejam adiadas, mas de qualquer forma poderei repor! E com relação ao estágio, ainda estava indecisa a respeito deste estágio no dia da entrevista, e optei por não fazê-lo por outros motivos. Todavia foram de fato muitos sacrifícios e renúncias antes desta jornada, digo por mim e por minha comunidade, com a qual iremos. Foram rifas, barracas de festa junina, vendas, tudo para ajudar uns aos outros a ir, pois afinal o espírito da Jornada é este, o de sermos um com o corpo de Cristo, a Igreja, e cujo pastor encontraremos no Rio.

    Não iremos no mesmo grupo que nossos pais mas, como havia dito ao repórter, já foi importante eles nos terem dado a base para que nós desejássemos estar na Igreja e participar de um evento como este. E de qualquer forma estaremos juntos lá, no mesmo espírito.

     Paz e bem, e uma boa Jornada a nós e a todos os que forem!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Realidade do Catolicismo na Tanzânia

Este texto foi publicado já a algum tempo e devia estar com a data original. Infelizmente precisou ser reeditado e veio aqui pro topo. Considerem a data original.

     Um seminarista da minha comunidade, Roniston, foi enviado ao Seminário Redemptoris Mater da Tanzânia, em Dar es Salaam, há uns três anos. Todos os anos ele vem ao Brasil para partilhar conosco a experiência da missão e tem nos contado uma realidade que jamais conheceríamos, mas que o Senhor proporcionou que conhecêssemos!

     Para começar, falarei um pouco do que ele nos contou sobre a cultura da Tanzânia, e outras coisas que, pelo que procurei, são raras na internet. A Tanzânia, a "terra das girafas", é um país de muitas religiões e possui muitos dialetos. O catolicismo sofre fortes perseguições dos muçulmanos, que já destruíram várias igrejas católicas. O catolicismo lá é um tanto carregado de sincretismo, haja vista  o fato de a cultura deles ser muito forte.

     Os jovens são circuncidados. As crianças desde cedo são educadas a não se aproximarem dos que não são negros, e os albinos são mutilados em rituais de bruxaria, pois acredita-se que as partes dos corpos dos albinos são valiosas. Eles se reproduzem muito e ao mesmo tempo muitos morrem de malária. É um povo que tem pouca higiene, até porque a água é contaminada; para conseguir entrar nos chamados "dala-dalas", uns microônibus lotados, têm que bater um no outro, até matar se for preciso (como o Roniston já viu acontecer), porque senão não voltam para casa. 

     Enfim, neste contexto se encontra o seminário. Possui seminaristas de dez nacionalidades diferentes que passam pelas chagas da malária e pelo preconceito dos nativos, devido à cor de suas peles. Deu para perceber o quanto é difícil a missão lá. Como dizer que Deus desceu e foi crucificado, sendo que desde cedo aprendem que existe o deus fulano, ciclano e beltrano, e que os ladrões até hoje morrem "crucificados" numa haste e depois mutilados?! A missão do neocatecumenato na Tanzânia tem sido também de humanização, pois as pessoas ainda não tem o conceito do ser pessoa, que tem de ter valores morais e espirituais. Até ensinam, por exemplo, que uma colher não é simplesmente coisa de branco, mas algo que foi inventado para que não sujássemos as mãos. Os nomes para os pecados, os padres tiveram que inventar na língua principal deles, para que soubessem.

                 Seminaristas do Redemptoris Mater - Tanzânia                               Comunidade Neocatecumenal na Tanzânia


    Os seminaristas também passam pelo desafio da pobreza: boa parte da comida vem de um supermercado que doa as mercadorias vencidas, das quais mais da metade não dá para aproveitar. Além disso, estão em um lugar provisório, esperando os donativos suficientes para a construção do novo local.

    Se achamos que somos perseguidos aqui só porque alguns nos acusam de  "adoradores dos santos", "ratos de igreja" ou "ultrapassados", não sabemos nada! Cada dia que aqueles rapazes estão lá é realmente como o último de suas vidas. Os muçulmanos, cujo lema é "matar em nome de Alá ou morrer em nome de Alá" a qualquer momento podem decidir por uma chacina. Mês passado mesmo, houve o caso de um padre italiano que estava em sua paróquia na Tanzânia, e veio um muçulmano e pôs um facão em seu pescoço, perguntando se ele negava a fé cristã. Ele não negou e sua cabeça foi decepada com o facão cego; um seminarista que estava lá se pronunciou dizendo que também não negava a fé, e sua cabeça também foi decepada. Este episódio foi filmado por alguém que estava no local. Isso mostra que ainda hoje o sangue precioso dos mártires é derramado, por amor a Cristo.

     A Igreja pede não que rezemos pelas almas destes mártires, pois já estão no céu (cf. Ap 7, 9.14), mas que rezemos pelas pessoas que ficaram sem pastor, pois este país urge de missionários. Aqui, ao menos todos ouvem falar de Cristo, ainda que não acreditem. Lá, muitos sequer ouviram falar, mas também foi por eles que o Senhor morreu e ressuscitou e disse "Ide a todas as nações e proclamai o Evangelho a toda criatura!" Mc 16,15. Cabe a nós, portanto, rezar pelas missões na África, onde a cada dia os enviados de Deus são mortos brutalmente e necessitam de ajuda. E quem quiser pode ajudar o RM da Tanzânia, conforme é dito abaixo:

-> Com suas orações;
-> Garantindo o estudos de um ou mais seminaristas;
-> Com donativos e presentes para as necessidades do seminário e para a construção da nova casa de formação, que pode ser feito em qualquer banco a partir das seguintes informações:
       SEMINARY USD CURRENT - VATICAN BANK ACCOUNT

*Beneficiário: ISTITUTO PER LE OPERE DI RELIGIONE CITTA DEL VATICAN
*Conta n.: 001-1-975000
*c/o: JPM Chase Manhattan Bank – New York
*ABA: 021000021
*Code SWIFT: CHASUS33
*Referência: REDEMPTORIS MATER DAR ES SALAAM – 42828002

-> Email do seminário: smrtanzania@gmail.com.

   Outra forma de ajudar a missão na Tanzânia : Missão Sede Santos

     A paz de Cristo!


 

domingo, 7 de julho de 2013

Deliberações sobre o futuro e outras coisas mais

     Oi! Este texto é continuação direta do que publiquei na sexta. Prometo que depois dessas postagens não vou escrever 'oi' no inicio de toda postagem.

    Como havia contado na postagem anterior, as coisas não estiveram tranquilas pra mim nos últimos meses de faculdade, mas enfim me formei e mudei de cidade (aliás vou escrever ainda nessa semana sobre minha mudança pra São Luís). Casa nova, cidade nova, novas pessoas, porém problemas antigos. Entrei em uma leve depressão algumas semanas após minha chegada, quando perdi o emprego que tinha aqui. Digo depressão de forma descompromissada, apesar de ser capaz de identificar sinais de estado depressivo devido a meus estudo de psicanálise durante a graduação, é fato conhecido que um filósofo não pode diagnosticar com certeza um problema de ordem psicológica e muito menos quando se trata de si mesmo. Sendo breve, encontrei maior dificuldade em escrever quando em São Luís do que em Brasília. Mas isso é assunto passado.

    O que desejo neste texto é esclarecer um último ponto de dificuldade para mim e Amanda: escrevemos para um público que não se manifesta. Sim, sabemos que nosso blog é pequenininho, poucas pessoas o leem, mas mesmo assim sentimos falta de um retorno por parte daqueles que passam aqui pra dar uma lida no que publicamos. Não se sintam obrigados a nada, longe disso! Mas se o assunto de uma postagem chamar atenção e vocês desejarem partilhar algo, uma experiência, uma opinião etc., fiquem a vontade para dizer. Se for o caso de um assunto ter sido tratado em algum texto e nunca mais ter sido discutido, mandem e-mail nesse link 'Fale Conosco' na parte superior da página, nem que seja pra falar mal, pelo menos vamos saber que existem pessoas lendo nossos textos.

     Uma coisa que percebemos é que de todas as nossas postagens a mais popular é a que possui o 'convite de chá de panela'. É incrível, tem semana que o blog não possui 10 visitas na página principal, mas a tal postagem do chá de panela tem 200 visualizações! É por isso que decidimos começar uma 'coluna' só sobre os preparativos de nosso matrimônio, que aliás está a uns seis meses de acontecer. De agora em diante é cada vez mais presente este assunto e muita gente tem curiosidade sobre o assunto, e principalmente as moças que vão se casar em breve, fica pra vocês o convite de enviar sugestões de postagens pra Amanda, talvez falar sobre a decoração ou a escolha do vestido, assuntos que ela adora.

     Por falar na Amanda, ela tem postado com frequência no canal do Youtube, se ainda não viram nossos videos visitem o perfil dela, tem muita coisa bacana sobre músicas litúrgicas e tem um documentário curto sobre milagres eucarísticos. Para acessar os videos clique aqui.

     Por fim, só quero agradecer àquelas pessoas que entraram em contato comigo questionando sobre o futuro do blog e me incentivaram a voltar a escrever, mesmo sentindo que esta é uma atividade solitária. Volto à ativa em minhas atividades. Ainda esta semana tem postagem nova, e desta vez será com conteúdo comum do blog. Quem quiser pode também acompanhar nossa página no Facebook para receber as atualizações através do perfil. Até mais, Paz e Bem!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sobre meu sumiço

    Oi!

     Esta será uma postagem longa e pessoal, de forma que poupo muitos avisando antecipadamente que vou tratar de mim e não de algum outro assunto. Se você continua lendo, então vamos direto ao que nos interessa!

     Já se passam cerca de seis meses sem que eu tenha escrito uma única linha neste blog e antes mesmo desse tempo já não produzia muita coisa aproveitável para cá. Eu sinceramente acho essa atitude uma falta de respeito com as pessoas que lêem o Passos de uma Caminhada. Bom existe, é claro, ao menos um motivo muito forte que me levou a ficar longe do blog e de tantas outras coisas que são importantes para mim.

     Não sei se já escrevi alguma vez sobre isso aqui, talvez quem me acompanha pelo Facebook ou Twitter tenha visto alguma referência ao término de minha graduação e sobre o gigantesco obstáculo que enfrentei para enfim conseguir defender minha monografia e como ela ficou reprovável aos olhos de qualquer acadêmico que se preze. Se não falei antes, resumo um pouco da história para vocês (por muito tempo fiquei pensando se devia escrever para 'você leitor' ou 'vocês leitores', fica o que vier na mente no momento!).

     Levei cinco anos e meio para concluir o curso superior porque me meti a fazer dupla habilitação, o que na teoria é uma coisa linda! Imagina só o orgulho da minha mãe ao dizer que o filho dela fez duas graduações em cinco anos... É uma pena que na prática isso não mude tanta coisa, no Brasil você só se torna 'filósofo' em duas ocasiões, ou dá a vida pra estudar até o pós-doutorado e se tornar professor de universidade federal, ou aparece nas grandes mídias dando pitaco em assuntos dos quais não entende bulhufas (um exemplo do segundo caso são os títulos de filósofo que o Faustão dá para seus entrevistados).

    Mas como ia contando, iniciei minha pesquisa para a monografia quando estava no quinto semestre tomando um tema que me foi sugerido por uma professora de filosofia antiga. Tema muito bom, fiz um semestre de projeto sob orientação dela mas no semestre seguinte, quando terminaria o projeto na forma de uma dissertação simplesmente não conseguimos nos comunicar, não tive a orientação necessária e no fim do semestre não pude defender meu trabalho. Semestre seguinte, procuro outro orientador.

     Tudo ia muito bem então surgiu a greve já tão familiar e tradicional nas universidades federais. Meu professor me disse que viajaria para o exterior mas me tranquilizou, ele disse algo como 'não se preocupe, o trabalho está bem encaminhado. Continue a escrever, e se na época da defesa eu não estiver aqui, entro em contato com o departamento e autorizo você a defender mesmo sem minha presença.' Segui confiante! Finalmente estava próximo de encerrar o bacharelado e só faltariam poucas disciplinas para finalizar também a licenciatura. Chegou a época da defesa, cadê o professor? ah disse que ia viajar, mandei email e não me respondeu... só pode estar fora do país! Terminei o texto que ele havia aprovado e entreguei, informei a coordenação do meu curso sobre a viagem dele e as coisas ficaram tranquilas, não fosse o fato do professor não ter viajado e ao ver o nome dele relacionado na lista de defesas, procurar imediatamente a coordenação e informar que não iria me permitir defender pois eu não havia entrado em contato por um período e ele deu o caso por encerrado.

     Faltavam poucos dias para a defesa e só me restava esta disciplina para concluir o bacharelado, tinha passagem já comprada para São Luís (falo sobre isso mais adiante) e caso reprovasse novamente na monografia entrava em condição de desligamento e teria que cursar somente as disciplinas que a reitoria permitisse... era imperativo terminar o bacharelado naquele semestre! Graças a Deus a coordenadora do curso entendeu minha situação e conseguiu adiar em duas semanas minha defesa além de conseguir um orientador de última hora. Era aquela luz no fim túnel que você não espera mais ver após tanta escuridão. Fui então falar com meu novo orientador e ele não passou sequer a impressão de que as coisas iam mal.

    Criei evento no Facebook para convidar os não poucos amigos que manifestaram o desejo de estar lá para assistir minha apresentação. No dia da defesa fui com minha mãe e duas amigas que moravam próximas de minha casa, cheguei uma hora mais cedo, encontrei com meu orientador que estava super tranquilo, me pediu desculpas por não ter entrado em contato sugerindo alguma mudança no texto e disse 'ah não tem nada pra mudar mesmo!'. Começa a defesa. De cara já fugi a normalidade com o público da defesa, geralmente são os pais, avôs ou algum tio ali presente, e raramente a namorada ou esposa. Contando com minha mãe e amigos haviam dezesseis pessoas lá, nem tinha cadeira para todos. A média de tempo que se leva em uma defesa é cinquenta minutos, eu levei quase três horas! E isso porque na minha banca haviam três professores e não dois como de costume.

     Por fim, também não é comum que o orientador faça perguntas ao estudante, mas que o ajude a responder as questões feitas pelo outro professor, mas no meu caso o embate se deu não contra os dois professores convidados para a banca, mas sim contra meu próprio orientador. Como a história já está longuíssima vamos ao fim. Fui aprovado mas com a recomendação de que retirasse a última parte do meu texto.

       Se a jornada descrita acima não fosse suficiente, o mês anterior à defesa se resumiu a acordar cedo para estudar e ir dormir após as duas horas da manhã. Pausa somente para comer.

     Tudo isso já parece motivo suficiente para qualquer pessoa surtar, mas tudo isto era só metade do problema. Em junho do ano passado me pareceu boa ideia propor matrimônio à Amanda e fui com confiança em busca deste objetivo. Aproveitei uma peregrinação que os jovens do Caminho fariam para Brasília em julho, como preparação da Jornada Mundial da Juventude, e fiz o pedido. Foi atrapalhado, fiquei nervoso, a aliança dela ficou no tamanho errado, mas no fim foi lindo! E aconteceu na capela do Santíssimo Sacramento na Catedral de Brasília.

     Isto por si não é um problema, as consequências sim me deram dor de cabeça. Para não me alongar no assunto, após o noivado decidimos que deveríamos vencer de vez a distância e morar na mesma cidade. Como eu estava às vésperas de concluir meu curso e Amanda ainda se aproximava do meio do curso dela, eu optei pela mudança e comecei a preparar-me para morar em São Luís. O que não contam pra você quando você decide se mudar é o fato de você se apegar às pessoas do lugar onde mora e sair de lá dói. Coincidiu de a minha fase de despedida e desenraizamento de Brasília ser no mesmo período em que concluía a monografia, então imaginem como o caos se instaurou na minha vida!

     Basicamente não me sobrava tempo para o blog e quando sobrava não tinha disposição para escrever. Quando me mudei para São Luís me vi sem internet e em outras dificuldades que falarei noutro texto. Então estes foram meus motivos de não ter dado as caras por aqui nesses últimos tempos. Amanhã sai uma postagem minha sobre a situação atual do blog e os nossos planos, meus e da Amanda, para o futuro. Comentar é válido e ajuda o autor a saber o que vocês estão pensando sobre os textos daqui. Até amanhã!

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