sábado, 7 de novembro de 2015

Desafios de ser cristão e universitário

     Lembro-me bem do dia em que minha irmã (mais velha) ia para seu primeiro dia de aula na universidade e meus pais sentaram com ela para alertar sobre o cuidado que deveria ter ao ingressar neste ambiente. Eles tinham alguns amigos da juventude que, depois de terem passado no vestibular, aos poucos foram se afastando de tudo o que acreditavam, no que diz respeito a sua fé. É realmente tentadora, a liberdade que temos depois que terminamos a escola, pois já não se tem mais cobrança para os pais, mas apenas você é responsável por si mesmo e por seus estudos. Muitas novas ideologias nos são apresentadas. Sei que não poucos passam a consumir algum tipo de droga, ou mudam totalmente seu estilo de vida.

Preparando para a Missa (2010)
     Essa liberdade pode ser positiva, se soubermos lidar bem com ela, procurando boas companhias, e se for de alguma religião, procurar algum grupo que se reúna durante a semana. Especialmente na UnB, onde eu, minha irmã e meu agora esposo já estudamos, tínhamos a Missa diária (que tem até hoje), nos envolvíamos nas equipes de preparação e fizemos muitas amizades. Assim é bem mais difícil se afastar das coisas que acreditamos mesmo num ambiente tão diversificado como a universidade. Não raro, também muitos se aproximam ou se aprofundam muito mais em sua fé na universidade, uma vez que também podemos ter contato direto com as bases de estudo da fé, como eu mesma e algumas pessoas que conheci.
Comemoração do meu vestibular (2010)

     Algo que mais vejo entre meus colegas em geral é o desejo de formar uma família ser cada vez mais adiado ou suprimido. A prioridade é terminar a graduação, o mestrado e o doutorado e depois pensar nisso, ou então conseguir um bom emprego. Isso é quase unânime na sociedade hoje, pois entende-se que a pessoa sozinha chega muito mais rápido ao topo de sua carreira. E isso é verdade na maioria dos casos, mas não digo que alcançará esse topo com a mesma responsabilidade e alegria do que se ele tivesse a companhia de sua família própria - se essa for sua vocação, pois sei que nem todos se sentem chamados para isso.

     Vejo isso pelo reação das pessoas quando digo que me casei, e mais ainda, que estou grávida. Não é algo que recomendo para qualquer pessoa pois cada um tem sua história e motivos, como no meu caso meu esposo já podia ter uma fonte de renda para nós. Mas digo por mim e por outros que conheço que é sim possível ter uma boa formação mesmo tendo minha família ainda jovem, se soubermos adaptar os nossos sonhos aos sonhos e necessidades do outro.

     Um outro desafio de ser cristão e universitário é a nossa postura diante de pequenas situações, como em conversas, provas, filas... às vezes é difícil tomar atitudes diferentes daquelas que todos estão tomando sem parecer tão chato e caxias, mas muitas vezes é necessário. Reprovei sete vezes ao total ao longo do meu curso, me envergonhava muito disso, mas sei que tive motivos. Ao longo do tempo em que passam os anos, é visível como nossos amigos vão se tornando mais fisicamente adultos, e aí você vê que serão eles quem serão os profissionais da sociedade. E as atitudes que tomam em pequenas situações, irão refletir na atitude que tomarão quando estiverem à frente de uma empresa, de um projeto, ou mesmo do país.

     Se você está entrando agora na universidade e deseja ser firme nas coisas que acredita, nunca sobreponha seus estudos e sua carreira à sua fé (e à sua família), pois ela é que é o nosso sustento até mesmo nos estudos. Não tenha medo de reprovar em alguma disciplina ou se prejudicar se para evitar isso você tenha que enganar alguém ou a si próprio. Aproveite bem, mas filtre bem, o que lhe é ensinado, pois a universidade pode ser um campo extremamente fértil de aprendizado e de oportunidades de amizade e crescimento espiritual e profissional. Um abraço a todos!

"Adquire sabedoria, adquire inteligência, e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca''. Provérbios 4, 5


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Bichos de estimação... uma forma de amar

     Este blog tem estado parado a algum tempo... no fundo tenho me questionado se devemos realmente prosseguir, apesar de achar que ele ainda pode ajudar muito, a nós, pois de certa forma é um meio de desabafar e compartilhar pensamentos e experiências, e também a quem nos lê. Nossa vida tem sido até tranquila, apesar da gravidez e do término da monografia, mas aproveitando esses últimos meses sem filhos, não que isso vá ser ruim, mas será uma nova fase bem diferente na vida. Na rotina de vivência com nossos cachorros, pensei escrever algo sobre eles, que em sua inocência e dependência, nos dam tanto carinho e até nos ajudam a ser mais responsáveis.


     Há quem goste e quem não goste de bichos, seja porque sujam muito ou porque tem medo. Quem tem medo, geralmente é devido a alguma experiência ruim com eles. Mas é reconhecido por todos o companheirismo de um cão (ou um gato, pra quem gosta), e a alegria que ele proporciona.



     Em nossa casa temos dois cachorros, um macho já adulto, e uma fêmea pequena. Às vezes fico com raiva da sujeira e da bagunça que causam e do trabalho que dão quando fogem de casa ou encrencam com as visitas. Mas quando recebo a alegria deles no quintal e querem brincar sem cansar, fico feliz de tê-los, sem contar que assustam qualquer ladrão que pense em entrar em casa!

     Para nós enquanto casal ainda sem filhos, eles proporcionam um bom teste, apesar de representar bem menos o "trabalho" que uma criança dá, em relação a alimentação, atenção necessária e várias outras coisas. Muitas vezes temos que tentar decifrar o que eles querem ou o que estão precisando. Mas muitos cuidados devem ser atendidos, como trocar a água, se não tem ração, tem que preparar alguma coisa, dar algum resto, dar lugar espaçoso, se estão agoniados, tem que passear, brincar um pouco. Antes de pensar em acordar muito tarde, lembrar que tem que ao menos por a comida deles.

     Eu recomendaria tê-los, principalmente a casais sem filhos. Sim, pode ser despesa, ração é cara, eles ficam doentes e uma consulta veterinária também é cara às vezes. Mas não é despesa tão significativa. Há veterinários que dizem que faz mal dar resto de comida, mas nem ligamos pra isso, se tomarmos o cuidado de não dar o que eles não podem comer (ossos de galinha, chocolate, comidas salgadas etc), é até uma forma de não estragar comida tê-los no quintal, pois eles comem tudo e adoram, principalmente cascas de frutas. Às vezes substituimos a ração, quando acaba, por uma polenta de floco de cuzcuz com pedaços de abóbora e restos de carne etc, ou então compramos pedaços de osso no açougue, que aqui é R$1,00 o quilo e dura vários dias! Devo também lembrar que eles costumam se dar bem com crianças, mas isso depende da raça.

     Enfim, eles são uma boa forma de amar e também dão amor, na verdade, até mostram um pouco da face de Deus, sua perfeição enquanto criador.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

5 melodias genéricas para salmos (vídeo)



     Gravei estas melodias que são as que costumamos cantar nas Missas. Foram aprendidas ao longo do tempo, nem todas conheço de onde são, no entanto, cabem em praticamente qualquer Salmo do lecionário. Utilizei como base o salmo 14 em todas.

     Sabemos o quanto a música é importante na liturgia, e sempre que possível e haja alguém que cante bem, é importante que o salmo seja cantado, preferencialmente acompanhado com violão ou órgão.

     Esperamos que ajude! Paz e bem.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

"Bebê a bordo!"



     Depois de um ano e alguns meses de casamento, Deus quis nos presentear com essa boa notícia: estamos esperando um filho! É maravilhoso pensar que sou capaz de gerar outro ser humano, e ver meu corpo aos poucos se preparando perfeitamente para isso. Que seja muito bem-vindo e venha com bastante saúde!

     Vou contar um pouco de como descobrimos. Mais ou menos cinco meses antes de descobrir, começamos a sonhar com nossos filhos, sentindo a falta que faz crianças em uma casa para trazer alegria, e começamos a usar o billings para engravidar. Na verdade esse é um sonho desde a época de namoro, mas parece que a medida que vai passando o tempo de casamento, isso vai se tornando mais forte e mais acessível. Durante esses cinco meses, pude sentir um pouco o que é a ansiedade das mulheres que sonham em ter um filho e não conseguem. Não estava desesperada, pois confiava que Deus enviaria na hora certa, mas os quinze dias que esperamos para descobrir são de bastante ansiedade, mesmo sem querer! Principalmente quando vão passando os meses e pensamos na possibilidade de sermos inférteis. Mas sei que tudo foi na hora certa. Ligamos pouco para o que nos falam sobre esperar cinco anos, ou esperar se estabilizar no emprego; temos o suficiente e um pouco mais para dar conforto e amor a uma criança.

     No dia dos namorados ainda faltavam uns três dias para minha menstruação vir, mas queria fazer uma surpresa para ele caso o resultado do teste de farmácia fosse positivo, mas não deu nada. Mas no fundo sentíamos que seria dessa vez. Cinco dias depois ele viu o resultado junto comigo, e nos emocionamos juntos. No mesmo dia já fomos contar aos meus pais, que também ficaram muito contentes.


     Agora já estou com três meses, passando por uma gravidez tranquila, e que assim seja nos próximos meses. É indescritível saber que agora podemos ser participantes do dom da criação; que Ele mesmo me conceda muita responsabilidade, amor, sabedoria e discernimento de agora em diante, para que eu consiga ser uma boa mãe.

Oração da Gestante: 
"Pai criador, meu único Deus e zeloso protetor, caminha sempre ao meu lado, para proteger-me de todos os perigos e aflições, e para conduzir a minha gravidez da forma mais saudável e tranquila possível. 
Permita que eu me espelhe nas virtudes de Maria, mãe de Teu filho, Jesus. 
Envolva, Senhor, a mim e ao meu bebê, com a ternura do Teu olhar. 
Manda Teus anjos nos acompanharem e zelarem sempre por nós. 
Quando o futuro me parecer sombrio, encanta meus olhos com a imagem do menino Jesus. Quando eu estiver com medo, dê-me a Tua mão protetora e anda comigo. Quando estiver carente, cobre-me com Teu manto e deixa-me repousar em Teu colo. Quando nervosa, conduz-me a matas serenas e à beira de riachos límpidos e tranquilos. 
Que a Tua imagem reparadora e de paz leve embora todas as minhas ansiedades e aflições. E que eu sinta que carregarás no colo, a mim e ao meu bebé, especialmente nos momentos em que mais precisarmos do Teu carinho e proteção.
Peço-Te, Senhor, em nome de Teu filho, Jesus, que me dê a segurança, especialmente neste período em que carrego comigo uma vida que é Tua, Pai." Amém

     Ah, um CD que têm me feito bastante companhia é o da Adriana Adyres - Ser Mãe, que leva a uma gestação totalmente entregue a Deus, com a intercessão de Nossa Senhora do Bom Parto. Recomendo às grávidas! Um abraço a todos que têm se alegrado conosco e nos acompanhado.


domingo, 19 de julho de 2015

Encontro Vocacional - Fortaleza


     No último final de semana, 12 de julho, houve o Encontro Vocacional dos jovens do Caminho Neocatecumenal, das regiões norte e nordeste, com aproximadamente três mil pessoas. É sempre maravilhoso ver tantas pessoas reunidas pelo mesmo carisma, com os mais variados instrumentos em harmonia que chamam tanta atenção de quem vê.

     Estes encontros têm o objetivo de despertar os jovens para sua vocação, principalmente para as vocações religiosas e sacerdotais. Estavam presentes os catequistas responsáveis pelo Caminho no Brasil (Pilar, Raúl e Pe. José), e cada um deu uma palavra de encorajamento aos jovens. Também chamaram atenção sobre muitas coisas que têm ido contra o valor da família e da natureza humana, como a ideologia de gênero. Por último o Bispo de Fortaleza, também presente, convidou os jovens a não terem medo de seguir sua vocação. Chamou-me atenção sua seguinte frase:

Sua vocação está não onde você será mais feliz, mas onde você amará mais.”
     De fato, o chamamento de Cristo é amar, e daí é que parte a nossa felicidade. Muitos jovens têm buscado a felicidade na realização profissional e assim se fechado não só à vocação sacerdotal e religiosa, mas também à matrimonial. Pensam que terão sua felicidade cerceada, o que não acredito ser verdade. Casei-me com 22 anos e quero ter filhos, mas não significa que não terei minha boa formação profissional, na medida do que não for prejudicar minha família. No entanto, meu maior objetivo não deve ser este, mas sim amar e, com isso, ser feliz. Da mesma forma, amigos que escolheram a vocação religiosa e sacerdotal, podem até não ter terminado sua formação como médicos, cientistas, advogados, mas seguiram o caminho no qual seu coração falou mais alto, e assim encontraram a felicidade, e de passagem receberam também uma formação excelente da Igreja.

     Os catequistas citaram no encontro o ensinamento de dom Bosco, que dizia que 70% das pessoas recebem de Deus o chamado à vocação religiosa/sacerdotal, pois assim há equilíbrio na sociedade, no entanto, nem todos tem a coragem de segui-la. Não sei se esta porcentagem é verdadeira, mas sei que devemos rezar muito pelos vocacionados, pois sei que realmente é difícil largar tudo e seguir.

     Ao final do encontro, convidaram os rapazes que sentem o chamado a levantarem-se para receber a benção do Bispo e serem enviados aos seminários do mundo inteiro, onde mais se precisa. Cerca de 40 rapazes levantaram (foto), dos quais um que estava conosco. Em seguida, chamaram as moças que sentem o chamado, a serem esposas de Cristo e sustentar a Igreja com suas orações, e cerca de 40 moças levantaram para receber a benção (foto). Que Deus abençoe cada um e cada uma, e não permita que o mundo tire dos seus corações esta chama.




“Que nada os desanime do chamado que a eles vós fizestes. Eles sabem que vós sois fiel e estareis perto deles na luta, para que não desanimem e possam chegar ao cumprimento da vossa vontade.” trecho da benção do Bispo

sexta-feira, 26 de junho de 2015

O perigo de alguns ritmos musicais

     Antes de tudo, devo reconhecer nossa falta de compromisso para com os leitores do blog. Já a mais de um mês não postamos nada, mas não por falta de vontade. Estou em fase de monografia, e além disso o blog tem passado por uma certa "crise de identidade": enquanto eu gosto de postar "coisas de menina" e de religião, como modéstia, casamento e diversos, o Wayner tem vontade de postar mais coisas relacionadas a política, filosofia etc, mas acha que ficaria deslocado no atual contexto do blog. Acredito que em breve resolveremos isso, vamos tentar estabelecer seções pra cada tema.

     Quero falar um pouco de algo que muito tem me incomodado, por estragar a pureza dos mais indefesos. O tipo de gosto musical de cada pessoa depende de várias influências, seja do ambiente onde vive, seja das amizades, ou seja da criação. No entanto, existem ritmos e letras que mexem involuntariamente com os nossos sentidos e causam até confusão mental, e parece-me que estas são mesmo intenção do autor. Refiro-me principalmente a alguns tipos de funk.


     Ao menos eu quando era criança e ouvia alguém escutar aquelas músicas, instintivamente queria prestar atenção ao que diziam, muita coisa eu sequer compreendia, ou então ficava imaginando, e ficava confusa. Como aquilo não era habitualmente as músicas que escutava com meus pais, eu logo esquecia. Mas sei que cada vez mais as crianças estão sendo expostas a estas ritmos e letras horríveis e os tendo como normais, e assim iniciando cada vez mais cedo uma sexualização forçada do próprio corpo.

     Não só as crianças, mas também os jovens adolescentes. Por mais que a mídia insista que a única coisa que os jovens têm que ter cuidado é com as DSTs, pelo uso de preservativos, devemos insistir na importância de guardar a dignidade dos seus corpos. Ouvir adolescentes cantando estas músicas, e saber que as dançam com o corpo praticamente exposto, é saber que se expõem muito a doenças e a vícios da carne, como a masturbação, fornicação e pornografia.  Uma hora os próprios prejudicados com as consequências de se reduzir ao corpo vão perceber que não foi uma boa ideia e essas modas ão de passar.

     A única coisa que podemos fazer é rezar pelas crianças e jovens, que são expostos a essas e tantas outras coisas, pedindo que se conserve a pureza nos corações, e também fazendo a nossa parte para que ela seja conservada.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Vivendo a modéstia em um mundo supersexualizado

"Veste-te com toda modéstia possível, e não te esqueças de que a pureza é o mais belo ornamento da alma consagrada a Deus." Papa emérito Bento XVI

     Usamos a palavra modéstia geralmente para descrever alguém que não gosta de se vangloriar das suas próprias qualidades. Mas ela também diz respeito ao vestir-se de maneira a transparecer que o nosso corpo merece cuidado e respeito. De certa forma os dois significados se cruzam, pois, apesar de gostarmos que outras pessoas nos achem bonitas de corpo, a modéstia nos diz para reservá-lo. Hoje é um desafio falar de modéstia em um mundo onde, estar coberto ou não, não faz tanta diferença.

     Isso ficou claro depois da discussão provocada pela pesquisa que gerou vários protestos, fazendo muitas mulheres defenderem que não merecem ser estupradas por andarem com roupa curta. Claro que ninguém merece isso. O problema é que não conhecemos o mau que há no coração de cada homem, de maneira que temos que evitar o quanto possível a desencadear um desejo desenfreado. Usando roupas que mostram muito o corpo, atraímos olhares, às vezes maliciosos. O desejo é algo bom, desde que bem vivido, pois vem de Deus e ajuda duas pessoas a concretizarem seu amor como homem e mulher.



     É importante, sim, para a mulher, portar-se de feminilidade, de modo a transparecer sua beleza; não pense que abraçar a modéstia é cobrir-se do pescoço aos pés e nunca usar maquiagem. A modéstia significa exatamente a justa medida, nem mais, nem menos do que é necessário para ser feminina. Não venho aqui definir que tipos de peças devemos vestir pra ser modestos, saia ou calça, manga ou alça, mas acredito que devemos ter discernimento. 

     A modéstia vai muito além do vestir. O vestir vai apenas exteriorizar aquilo que temos por dentro.
É reconhecer que nossa essência não se resume ao nosso corpo, e que o corpo é templo do espírito santo. Antes da modéstia, devemos ter a caridade para que não sejamos soberbos, achando que apenas nós nos vestimos corretamente. É necessário, portanto, vestir-se de humildade. Os santos nunca se consideram santos (os outros é que veem a santidade), pois veem que o que fazem é muito pouco diante do que Deus fez por nós.

     Vestir-se com modéstia, para quem é cristão, é também uma das formas de dar testemunho, para si e para os outros. Assim como o uso da batina serve para ajudar o padre a sempre se lembrar que é padre, a roupa do leigo também deve ajudá-lo identificar-se enquanto cristão. É sabido que o exterior influencia no interior: o que costumamos fazer, uma hora vai entrando no coração.

     Houve uma mudança e tanto nas últimas décadas na forma de vestir. Na própria aparição de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos, na década de 60, ela profetizava: "Haverá modas que desagradarão muito o coração do meu filho". Os hábitos mudam, é algo natural, mas não somos obrigados a acompanhar quando estes ferem a moral já estabelecida. "Conforme o costume do local, dizia São Tomas de Aquino, não se deve usar roupas que levem ao prazer sensual".

     Não podemos diminuir nosso preço, por carência ou para chamar atenção, como se valêssemos apenas a nossa beleza exterior. Uma frase muito bonita do Clive Lewis (autor de Crônicas de Nárnia), diz “o coração de uma mulher deve estar tão bem escondido em Deus, que um homem para achá-lo, precisa buscar a Deus primeiro".  Tenhamos a humildade de nos esconder em Deus, que Ele mesmo deixará transparecer aos outros o que temos de belo.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Razões para acreditar na humanidade

     Cada dia que ligo a TV, ou o rádio, ou o jornal, dá vontade de acreditar cada vez menos na bondade do ser humano. Coisas absurdas acontecem, algumas jamais imaginaria que a maldade alcançaria, fora aquelas que não chegam ao nosso conhecimento. 

     Resta a nós apenas orar muito e fazer nossa parte. Acontece que o ser humano é mais naturalmente atraído pelo que acontece de ruim do que pelo que acontece de bom, e por isso, coisas simples, que nos fazem acreditar que na humanidade ainda há bons corações, muitas vezes passam desapercebidas. Por exemplo, com que frequência vemos notícias como essas listadas abaixo quando ligamos a TV ou o rádio?

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Old woman is knitting a blanket inside in her living room © Halfpoint / ShutterstockO que você pretende fazer quando se aposentar? Quando deixam seus trabalhos de lado, muitos idosos se dedicam a viajar por aí, passar o tempo com os amigos ou ficar na frente da TV. A norte-americana Anna Taylor, de 87 anos, decidiu fazer algo realmente útil com o tempo que tem disponível: desde fevereiro de 2006, ela já tricotou mais de mil casacos de lã para pessoas necessitadas em todo o mundo.  "Eu durmo melhor à noite sabendo que eu ajudei criancinhas".


The Food Drive Kid 

William Winslow tem 8 anos, e mesmo com a tenra idade já mostrou ser uma pessoa excepcional. Enquanto a maioria das crianças passa seu tempo livre brincando, este estudante da A.B. Combs Elementary School, em Raleigh, Carolina do Norte, EUA, tem um hobby mais filantrópico: ele luta contra a fome infantil em sua comunidade.



Garçonete recebe gorjeta de quase R$ 600 de cliente para visitar o filho 

     Uma garçonete desabou de chorar ao receber uma generosa gorjeta de 200 dólares (aproximadamente 600 reais) de um cliente que escutou ela falar a uma colega sobre o quanto sentia saudades do filho que vive em outra cidade.
     A imagem da conta, que se espalhou após ser postada na rede social Imgur, mostra uma despesa de US$ 9,53 (R$ 27,58) acrescentada da gorjeta de US$ 200 e, atrás, um recado deixado pelo cliente, que não se identificou.
    “Brandi, obrigado pelo seu atendimento. Eu escutei sua conversa sobre seu filho. Use esse dinheiro para visitá-lo”, escreveu.

Qualquer um pode ser um super-herói e  salvar o dia de alguém. A prova disso é o Homem-Aranha anônimo que circula pelas ruas de Birmingham, no Reino Unido, levando comida aos moradores de rua da cidade.

O anônimo, que compartilha suas histórias na página Birmingham Spiderman, no Facebook, não aceita doações, pois pretende que, com as suas atitudes, as pessoas se envolvam de verdade, parando de fingir que os moradores de rua são invisíveis.

***

    Deixo essa reflexão. Notícias como essas e tantas outras nos incentivam e mostram que ainda existe a caridade; na maioria das vezes ela não deseja ser vista pela mídia, mas sentida pelos mais necessitados. Cada vez que vemos jornais com fotos de mortos, e tanta coisa ruim, ainda que todos estejam errando, temos que lembrar que deve existir alguma pessoa que faz o bem, e esse alguém também pode ser cada um de nós. Já vi muita gente dizendo "ah, não faz diferença se faço assim, já tá tudo perdido mesmo" ou "todo mundo faz isso mesmo", para justificar algum erro próprio. Mas nossa parte faz sim a diferença para que a humanidade seja diferente.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

20 citações inspiradoras

     Há uma rica herança dos santos, que Deus usa para nos encorajar, para aprofundar a nossa caminhada com Ele. Pequenas citações desta herança, ainda que fora do seu contexto, deixam uma âncora para nossa alma.

"Não importa para Ele o que seja nossa ocupação. Não importa para Ele se os nossos dias são gastos em cozinhar, lavar, passar, varrer, ensinar, cuidar, sofrer, desde que estejamos sempre dentro de audiência de sua voz. Para todos Ele é grande se o amor é grande."
- Peter Reilly, Filadélfia


"Ensina-nos a dar e não contar o custo."
-St. Inácio de Loyola

"Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar para o céu, é um grito de reconhecimento e de amor no meio da provação e da alegria."
-St. Teresa de Lisieux

"Se você é o que você deve ser, deixará o mundo em chamas!"
-St. Catarina de Sena

"Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz; Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, o perdão; em caso de dúvida, a fé; Onde houver desespero, esperança; Onde houver trevas, luz; e onde há uma tristeza, alegria. "
-St. Francisco

"Nossos corações foram feitos para ti, ó Senhor, e está inquieto enquanto não repousa em Vós."
-St. Agostinho de Hipona

"A caridade é certamente maior do que qualquer regra. Além disso, todas as regras devem levar à caridade ".
-St. Vicente de Paulo

"Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!"
-St. Agostinho de Hipona

"A nação não precisa simplesmente do que nós temos. Precisa do que nós somos. "
-St. Teresa Benedita (Edith Stein)

"Se esta é a maneira que você trata seus amigos, não admira ter tão poucos!"
-St. Teresa de Ávila


"Dá alguma coisa, ainda que pequena, a um em necessidade. Pois não é pequena para quem não tem nada. Também não é pequeno para Deus, se nós demos o que podíamos. "
-St. Gregório Nazianzeno

"Todos os esforços da mente humana não poderão esgotar a essência de um mínimo inseto".
-St. Tomás de Aquino

"Quando você se aproxima do tabernáculo, lembre-se que ele talvez tenha esperado por você durante vinte séculos."
- São Josemaría Escrivá

"De devoções bobas e santos de cara azeda, bom Senhor, livrai-nos!"
-St. Teresa de Ávila

"Além da cruz, não há outra escada pela qual podemos chegar ao céu."
-St. Rosa de Lima


"Se um homem quer ter certeza do caminho que ele pisa, ele deve fechar os olhos e caminhar no escuro."
-St. João da Cruz



"Nosso Senhor te ama e te ama com ternura; e se Ele não deixá-lo sentir a doçura do seu amor, é para torná-lo mais humilde e abjeta aos seus próprios olhos. "
-St. Pio de Pietrelcino

"Você aprende a falar falando, a estudar, estudando, a correr, correndo, trabalhar, trabalhando, e só então, você aprende a amar, amando.
-St. Francisco de Sales

"Toda a escuridão no mundo não pode apagar a luz de uma única vela."
-St. Francis

"A tribulação é um dom de Deus. Um que ele dá especialmente a seus amigos especiais"
-St. Thomas More

(Traduzidas do blog https://melaniejeanjuneau.wordpress.com/inspirational-quotes/  - tradução minha)

quinta-feira, 19 de março de 2015

Importância do canto e do silêncio

Aí vão recomendações oficiais a todos nós que fazemos parte deste belíssimo ministério, retiradas da introdução do próprio missal romano atual.  

Importância do canto

39.          O Apóstolo exorta os fiéis, que se reúnem à espera da vinda do Senhor, a que unam as suas vozes para cantar salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Col 3, 16). O canto é sinal de alegria do coração (cf. Atos 2, 46). Bem dizia Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”  
. E vem já de tempos antigos o provérbio: “Quem bem canta, duas vezes reza”.

40.          Deve ter-se, pois, em grande apreço o canto na celebração da Missa, de acordo com a índole dos povos e as possibilidades de cada assembleia litúrgica. Embora não seja necessário cantar sempre, por exemplo nas Missas feriais, todos os textos que, por si mesmos, se destinam a ser cantados, deve no entanto procurar-se com todo o cuidado que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações que se realizam nos domingos e festas de preceito.

Na escolha das partes que efetivamente se cantam, dê-se preferência às mais importantes, sobretudo às que devem ser cantadas pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo leitor, com resposta do povo, bem como às que pertence ao sacerdote e ao povo proferir conjuntamente  

41.          Em igualdade de circunstâncias, dê-se a primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana. De modo nenhum se devem excluir outros gêneros de música sacra, principalmente a polifonia, desde correspondam ao espírito da ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis  

Dado que hoje é cada vez mais frequente o encontro de fiéis de diferentes nacionalidades, convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do Ordinário da Missa, sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas suas melodias mais fáceis  


O silêncio

45.     Também se deve guardar, nos momentos próprios, o silêncio sagrado, como parte da celebração . A natureza deste silêncio depende do momento em que ele é observado no decurso da celebração. Assim, no ato penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças.

                Antes da própria celebração é louvável observar o silêncio na igreja, na sacristia e nos lugares que lhes ficam mais próximos, para que todos se preparem para celebrar devota e dignamente os ritos sagrados.

segunda-feira, 9 de março de 2015

"Eu, você, dois filhos e um cachorro"

    A bem romântica e recente música do Luan Santana retrata um modelo de família bastante comum, no qual também eu nasci e sou grata a Deus, e creio que boa parte dos jovens ocidentais de hoje em dia também nasceram. É uma família que também desejo pra mim, agora que estou casada, mas, quem sabe, com mais filhos depois dos dois, se Deus assim permitir! Essa música, no entanto, retrata também algo que hoje em dia é praticamente imposto aos casais, ou pelos casais. Esse desenho ilustra uma situação que aconteceu algumas vezes seguidas comigo e me fez refletir.
   
   
     Algumas pessoas tem a necessidade de deixar claro que é o último filho quando engravidam pela segunda ou terceira vez para não serem taxados de loucos. De fato é muito difícil, na fase atual da sociedade, pensar em [ter] uma família grande. Tudo ficou mais caro e mais agitado, e hoje em dia a maioria dos pais se desdobram para conseguir trabalhar e cuidar dos filhos ao mesmo tempo, recorrendo muitas vezes a parentes ou creches para deixá-los enquanto trabalham, fora os gastos com cada um, a atenção que exigem e a falsa teoria de que o mundo não vai ter espaço e alimento pra tanta gente.

     Cada um pode ter N motivos para não se querer ter mais filhos, seja o medo de não conseguir a realização profissional, de perder o corpo bonito, de não ter tempo mais para si mesmo, perder a liberdade etc. No entanto, quando se casa [na Igreja], se promete receber "os filhos que Deus mandar". Que significa realmente isso e como se convencer de que é possível ter mais filhos, dependendo do caso, e que você vai conseguir sustentá-los?

     Recentemente o Papa usou os coelhos em uma comparação com os casais que acham que a abertura à vida se resume a "ter muitos filhos". Infeliz ou não a comparação, ele quis mostrar que acolher os filhos que Deus mandar (seja muitos ou nenhum) é também ter uma paternidade responsável, isto é, saber identificar as condições de saúde, psicológicas e também financeiras da família e recorrer aos métodos naturais quando necessário. Ao mesmo tempo, saber ver quando não há motivos justos para não acolher mais filhos, sem se preocupar com a imposição da sociedade. 


    Isso muitas vezes implica em um dos cônjuges mudar ou sair do emprego, geralmente a mulher, para cuidar dos filhos. Aí já vem outra questão, que é vista como machismo, quando na verdade é um grande ato de amor pelas pessoas que precisam de cuidado e instrução numa fase tão frágil da vida. Por curiosidade, tenho acompanhado alguns blogs e perfis de famílias que optaram de boa vontade pela abertura à vida e têm muitos filhos, três ou mais, e dá alegria de ver que quando os filhos recebem uma fé e uma educação concisa dos pais, são crianças felizes, e têm o que precisam, claro que nem sempre com excessos.

     Acredito que seja questão de saber se planejar e, principalmente, confiar em Deus. Dizem que cada filhos traz seu pão debaixo do braço, além da alegria que trás. Basta olhar para trás, ou para as histórias bíblicas e ver o quanto se desejava ter muitos filhos! Novamente cito a questão de saber dicernir quando não dá mais, como no caso da mulher citada pelo papa, que já tinha feito oito cesáreas e achava que tinha que ser assim por ser católica, colocando sua vida em risco; temos que saber a diferença entre tentar a Deus e confiar em Deus.

    Para aqueles que tem condições de ter mais filhos mas tem medo, fica uma motivação do papa:
“A presença das famílias numerosas é uma esperança para a sociedade. O fato de termos irmãos e irmãs nos faz bem; os filhos e filhas de uma família numerosa são mais capazes de comunhão fraterna desde a primeira infância. Em um mundo marcado tantas vezes pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e de fraternidade, e estas atitudes se orientam depois em benefício de toda a sociedade”

domingo, 25 de janeiro de 2015

Minha experiência com o bullying


     O bullying é um assunto que está muito em alta nos últimos anos, principalmente pelas várias chacinas provocadas por pessoas que passaram pelo bullying e não conseguiram se superar dessa experiência. Como também já passei por isso, fico refletindo sobre os motivos de isso acontecer e como evitar. Então vou falar um pouco da minha experiência que, apesar de nunca ter tido nada agressivo, foi banstante marcante na minha vida.
   
     Sempre fui uma criança tímida, de poucos amigos, mas sempre fui feliz, muito amada pela família. Pelo que me lembro, desde a primeira série do fundamental até a sétima, sempre teve alguém que pegava no meu pé, porque eu simplesmente ficava calada ou chorava, nos diferentes colégios que estudei. Tinha um menino que ficava derrubando as minhas coisas, outra que ficava espalhando que eu gostava de um menino ou inventando qualquer bobagem, porque eu tinha as melhores notas, outra que ficou três anos me chamando de várias besteiras (amiga-da-onça, girafa, palito,...), mesmo eu a tendo levado pra direção algumas vezes com as amigas dela. As pessoas que são vistas como mais fracas, por serem diferentes ou tímidas, são meio que testadas pelos colegas, e se elas não sabem se defender, naturalmente o "bully" ganha mais status. 

     Aprendi que isso acontece porque todo mundo passa pela fase de autoafirmação, ou seja, de que precisa se autoafirmar como forte, como popular, como mulher, como pertencente a algum grupo, ou seja o que for, e isso passa pela aprovação dos outros. Acontece que alguns o fazem usando outros como degrau.

     Meu pai diz que isso sempre existiu e todo mundo superava normalmente. Não sei se sempre existiu, mas sabemos que hoje em dia nem todo mundo consegue superar. Por mais que existam tipos de bullying mais agressivos que o que aconteceu comigo, para mim era a pior coisa que existia, porque me fazia sofrer, não fisicamente, mas emocionalmente. Hoje em dia não tenho sentimento de vingança contra estas pessoas, apesar de ainda lembrar de algumas coisas que elas me fizeram. Continuo uma pessoa introvertida, afinal, personalidade não muda tanto, porém sei me defender melhor. No entanto, não importa quais são os motivos que me levaram a ser assim, mas importa que todos merecem respeito.

     Tenho visto muitas campanhas como "Bullying é crime" ou "Todos temos semelhanças", até bem interessantes, mas ainda é preciso a atenção principalmente dos pais ou responsáveis. Meu esposo é professor de ensino fundamental em escola pública e me conta como o bullying ainda é corriqueiro. Os motivos que levam alguém a se autoafirmar através da violência física ou emocional para com alguém partem principalmente de casa, segundo as pesquisas: se a criança ou adolescente é acostumado com agressão física ou verbal dentro de casa, vê isso como algo normal, ou então não tem a atenção devida dos pais e por isso evitam a todo custo a solidão no ambiente escolar. 

     Enfim, acho que o que é principal é que os responsáveis sempre reforcem e também demonstrem que devemos aceitar e amar os outros, principalmente quando são diferentes, e que existem pessoas que são melhores ou piores que nós em alguma coisa, mas que todos têm algo bom para oferecer.

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