segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Experiência na JMJ - última parte

     Após passarmos pelos santuários na Bahia e em Minas Gerais, chegamos na tarde da sexta-feira no Rio de Janeiro e fomos acolhidos na paróquia São José, no bairro Santa Cruz, que ficava a umas duas horas de Copacabana. Chegando à paróquia, foi surpreendente tantos jovens também peregrinos, dançando e cantando conosco!

     Como eu falava na postagem anterior, boa parte da Jornada foi para vivermos um pouco o espírito de peregrinação, para aprender a ser obedientes e a silenciar, pois apareceram muitas oportunidade de murmuração. Quando chegamos ao Rio, alguns tiveram que almoçar às quatro horas da tarde, no chão, pois era muita gente. Estava na nossa programação participarmos da Via Sacra neste dia, mas nem deu tempo. Fomos acolhidos nas casas dos paroquianos e muitas delas tiveram que acolher mais do que o podiam. Fui acolhida junto com mais vinte mulheres na mesma casa. Apesar de tudo fomos bem acolhidos, e pudemos sentir bem a hospitalidade que o Senhor colocou naqueles que nos acolheram, na medida do que cada um podia nos oferecer.

A caminho para Copacabana

     No sábado saímos cedo para a vigília em Copacabana, e passamos o dia todo para chegar até lá, foi uma jornada e tanto! Passamos duas horas no metrô, cantando, tocando, fazendo barulho. Por todo lado que se olhava tinha peregrino. Depois mais uma tarde toda caminhando até Copacabana, o tempo todo rios de grupos de todas as nações caminhando para o evento. Paramos na metade do caminho para almoçar e pegar o kit de alimento.  O que mais foi difícil a partir daí foi carregar o tal kit, uma caixa de uns quatro quilos, mais o colchonete e outras coisas. Toda hora a caixa de alguém abria por baixo e todo o grupo de 107 pessoas tinha que parar, foi engraçado... Algumas senhoras levavam a caixa na cabeça. No fim das contas fomos chegar lá só umas 20hs e a praia já estava simplesmente lotada. Tivemos a graça de encontrar nossos pais (eu e minha irmã), que também tinham ido pela paróquia! 

     Na minha cabeça, durante a vigília iríamos ficar próximos do palco, em adoração ao santíssimo. Chegando lá vi que não foi nada disso, até me decepcionei um pouco. Não chegamos nem a tempo das Vésperas que o papa fez. Ficamos acho que a quase um quilômetro do palco, e mesmo assim lotado. Fomos avançando para trás para encontrar um lugar na areia para nosso grupo, que era grande, até que encontramos uma brecha, em frente a um telão. O interessante era ver todo mundo contente, mesmo naquele frio, dormindo na areia, apertado e longe do palco: estávamos na JMJ, por mais que a tentação naquela hora era dizer "trabalhei tanto por isso?!"! Eu mesma tive que ficar numa passagem, toda hora passavam pisando o meu cobertor! Teve até um irmão do nosso grupo não levou cobertor e ficou doente.


     Depois de acomodados, todo mundo foi dormir, e eu e Wayner fomos dar uma volta pela orla, olhar o movimento. Tava cheio de rodas de dança, conversamos com umas meninas do Caminho Neocatecumenal do Peru se não me engano, que nos falaram um pouco das suas experiências. Jovens dançavam, tocavam e cantavam incansavelmente durante a noite, não sei até que horas foram. Mas uma coisa percebemos, o Caminho provocou uma bagunça e tanto na Igreja! Uma bagunça boa, tenho que dizer. Para todo lado ouvíamos os cantos e os instrumentos do Caminho, e o legal era que os não-neocatecúmenos também entravam nas rodas de danças e logo aprendiam os cantos.

     A experiência de acordar no outro dia com os olhos diretamente para o céu claro foi única. Depois recebemos a notícia inesperada de que o papa iria passar ali ao nosso lado para ir celebrar a missa e ficamos muito contentes. Apesar de não termos ficado próximos do altar, ao menos o vimos passando, com sua simplicidade e carisma! Seguiu assim o início da Missa de envio, único evento do qual efetivamente participamos da programação oficial. Foi emocionante, ainda mais com o Santo Padre falando em nossa língua. Para nos surpreender ainda veio ministro com Eucaristia para nós, mesmo estando bem distante (posto 10, para quem estava lá).

A espera da passagem do Papa

     Realizados com o encontro com o Papa, no outro dia participamos do Encontro Vocacional também acontecido no Rio, evento do caminho neocatecumenal em resposta ao envio do Papa. Este foi igualmente emocionante, pois também vimos também a união e a força da Igreja, e nos encontramos com o iniciador do nosso itinerário, Kiko Arguello. Nestes links vemos os rapazes e as moças do caminho que responderam ao chamado vocacional à vida sacerdotal e religiosa. No final, trocamos algumas lembranças com os irmãos dos outros países e outros estados; na foto estão as coisas que consegui, e que guardo com muito carinho! O que mais significativo para mim foi um terço de caroço de azeitona, que troquei com uns irmãos de Israel (foto), pois lá é a terra santa e os cristãos são poucos.

"Câmbios"



     Encerro com algo que Papa Francisco nos deixa na homilia da missa de envio:
     "Três palavras: Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, experimentarão que, quem evangeliza, é evangelizado, quem recebe a alegria da fé, recebe mais alegria."

     Um abraço a todos os nossos amigos e companheiros de viagem e a todos os nossos leitores, dos quais também queremos ouvir suas experiências nos comentários!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A caminho para o Rio - JMJ 2013 (Parte 2)

     Em nossa rota rumo ao Rio de Janeiro, após visitarmos Ouro Preto, partimos então para Belo Horizonte-MGNesta cidade, diríamos que ocorreu uma das experiências mais marcantes! A começar porque nossa programação lá era no estádio Mineirinho, e caiu num dia de final da libertadores do “Galo” no Mineirão que é ao lado, aí já se imagina que não foi fácil chegarmos no Mineirinho, pois o seu redor estava inflamado de torcedores, gritos, bebidas e bombas ao redor.

Eucaristia no estádio Mineirinho - Belo Horizonte MG

     Tivemos que descer do ônibus e ir todos caminhando, as 107 pessoas, pelo meio destes torcedores, tendo que ouvir entre chacotas, por sermos “do papa”, e também orações de benção. Eu brincava dizendo que estávamos na faixa de gaza! O padre depois brincou dizendo que estávamos atravessando o mar Vermelho, que o Senhor de fato abriu para nós. 

     Na hora, para alguns dos nossos, pareceu um pesadelo, pois teve gente que quase se machucou com as bombas, sem falar no medo dos nossos responsáveis de perder alguém pelo caminho; mas depois o padre até riu conosco e disse que precisávamos daquele momento. Pudemos sentir um pouco do que é a alegria do mundo e o que é a alegria em Cristo: enquanto uma é passageira a outra é eterna. Quando chegamos no Mineirinho, havia lá alguns torcedores do outro time se escondendo para não serem mortos: seu ônibus havia sido quebrado pelos torcedores do adversário. 

     Resultado: chegamos atrasados à nossa Eucaristia no Mineirinho, não ouvimos nada devido às bombas o tempo todo e dormimos (ou tentamos dormir) lá no chão do estádio após a missa para descansar da viagem de ônibus, com peregrinos do mundo todo. Apesar de tudo valeu a pena! No outro dia de manhã saímos cantando para Pampulha, onde visitamos a Igreja de São Francisco e ali celebramos as Laudes (fotos).
A caminho da igreja - Pampulha


Laudes na Igreja Santo Antônio - Pampulha


     Seguimos para a Serra da Piedade-MG (site). Não sei dizer qual foi o lugar mais bonito por onde passamos, mas esse era perfeito. Consiste em uma altíssima serra formada há milênios, devido ao choque de placas tectônicas que fez subir as pedras do fundo do mar e ainda hoje mantém um formato muito inusitado, como dá pra ver nas fotos. No século 19 foi erguida uma belíssima igreja de arquitetura barroca no ponto mais alto desta serra, e a dedicaram a Nossa Senhora da Piedade. 

Vista aérea do Santuário de Nossa Senhora da Piedade




Interior da Igreja
Eu  :D

     Mais recente foi erguida outra igreja maior lá no alto, que pudesse comportar todos os romeiros para Celebrações, paralela à antiga, de arquitetura mais moderna mas com pinturas belíssimas do Evangelho. Nesta igreja nova, celebramos a Eucaristia. Lá é muito frio e muito alto, fiquei até com medo na hora da descida da serra, pois estava nublado e escuro e a estrada que arrodeia a serra é estreita. Mas Deus esteve presente em todos os momentos. Assim seguimos para o Rio. Abaixo algumas fotos que editei no Instagram:

Escultura da Pietá, na igreja nova

Pintura (descubra de qual passagem!) na igreja nova 

Pia batismal, na igreja nova

     A experiência a partir da chegada no Rio ficará para outra postagem, mas até aí já foi uma aventura e tanto, na qual eu e meu noivo pudemos vivenciar momentos belíssimos e edificantes junto à comunidade e como futuros casados, pois pudemos conviver bastante. A paz de Cristo a todos os leitores, amigos e irmãos de peregrinação.

sábado, 17 de agosto de 2013

A caminho para o Rio - JMJ 2013 (Parte 1)

     Contarei aqui um pouco sobre nossa peregrinação pelas cidades a caminho para o Rio de Janeiro, através da minha experiência pessoal! Wayner também postará sobre a experiência dele em breve.

     Acho que fomos um dos poucos grupos que fizeram esta peregrinação pelos santuários. Antes eu via como algo desnecessário, pois já íamos demorar para chegar no Rio, mas a medida que me maravilhava com cada lugar, via o quanto estava sendo importante para mim e meus irmãos, e também para os moradores das cidades. A Jornada afinal foi também para nós experimentarmos um pouco dos frutos de uma peregrinação, o que é dormir fora de casa, no chão, passar por dificuldades, provar da providência de Deus, tudo em comunidade. E, além disso, pudemos encher nossos olhos com tantas obras da criação de Deus pelo caminho, bem como com os belíssimos templos em que entramos, que já pregam o evangelho só com sua beleza.

     O primeiro lugar foi o Santuário Bom Jesus da Lapa-BA:

  
     Foi uma experiência maravilhosa. Chegamos lá de manhã, celebramos as Laudes (louvor da manhã) na praça, cantamos e em seguida entramos para conhecer as grutas debaixo das montanhas, onde tem várias capelas. É impressionante, tem os bancos para a assembleia, o altar e tem, no teto, como esculturas, estalactites pendurados, que parecem que vão cair. E quando pensamos que há só aquele ambiente, nos deparamos com becos que desabam em outras imensas grutas dentro da montanha, fiquei realmente encantada.

   
     Em seguida, passamos pelo desafio de subir a montanha até o topo. Muitos fazem isso para pagar promessas: lá no alto há as três cruzes do calvário, como um santuário, e uma visão fantástica da cidade e do difícil caminho por onde percorremos para subir. Não há como não relacionar com caminho sofrido ao caminho do Calvário. Demos uma volta pela cidade e a tarde celebramos nela a Eucaristia. Aqui encontram-se fotos que a equipe do santuário tirou da nossa visita.


     O próximo lugar foi Ouro Preto-MG.
     Não pudemos ficar tanto tempo nesta cidade, mas foi suficiente ter uma vista incrível dela. As Igrejas são muito próximas umas das outras e as ladeiras, muito íngremes. De praticamente qualquer ponto se tinha aquela bela visão das Igrejas e da neblina. Chegamos a entrar em uma delas, onde tinha esculturas de Aleijadinho. O mais legal era encontrar em todo canto jovens peregrinos do Brasil todo e de outros países, ainda mais do mesmo movimento que o nosso! Num episódio, na hora do almoço, havia uns jovens na mesa ao lado que não sabíamos se eram peregrinos. Quando entoamos o canto de oração antes da refeição, os jovens começaram a cantar conosco na língua deles! Fantástico.



     Na próxima postagem contarei um pouco da experiência em BH e Serra da Piedade.
     A paz de Cristo!

domingo, 4 de agosto de 2013

Um pouco do que ficou da Jornada...

     A tão esperada JMJ Rio 2013 chegou, e deixou um incontável número de experiências e recordações, e que ainda renderão ao blog muitas postagens. Eu e meu grupo de 107 pessoas (das comunidades neocatecumenais de São Luís e Itapecuru Mirim) fizemos realmente uma peregrinação pelo Brasil, a caminho para a Jornada, passando por alguns santuários entre São Luís e o Rio de Janeiro. 

     Cada lugar onde paramos foi uma experiência única e a presença de Deus se confirmou em cada um onde celebramos a Palavra ou a Eucaristia. Saímos de ônibus no domingo anterior ao da Missa de envio, e paramos em Bom Jesus da Lapa-BA, onde ao final do dia celebramos a Eucaristia; Ouro Preto-MG; Belo Horizonte-MG, onde celebramos as Laudes na Pampulha, e seguimos para o Rio. Na volta passamos por Brasília, onde visitamos o Seminário Redemptoris Mater.

Nosso grupo em Serra da Piedade - MG

      Foram ao total dez dias de viagem. Em meio ao desconforto e aos eventuais desentendimentos, muitas foram as oportunidades de reclamação, mas o que reinou mesmo foi a presença do Senhor até mesmo nestas ocasiões, bem como nas cantorias pelo caminho e nas orações que não cessamos de fazer, as quais nos permitiram bendizer a Deus por tudo o que nos acontecia e enxergar o Seu dedo em todas as obras da natureza que nossos olhos viram.

Na ordem: Ouro Preto-MG, Serra da Piedade-MG, Bom Jesus da Lapa-BA, Igreja de São Francisco-Pampulha-Belo Horizonte-MG 

     A chegada ao Rio foi igualmente muito emocionante. Ao ver aquela multidão de jovens de todas as nações só me recordava a passagem em que se diz "eu venho reunir todas as nações, e virão e verão a minha glória!". É bom ver o quanto a nossa Igreja ainda é atrativa e capaz de reunir tantas pessoas em um mesmo espírito! Apesar de só termos participado efetivamente da Jornada através da vigília e da Missa de envio com o Papa, fechou com chave de ouro nossa semana missionária. Ficamos longe do palco onde tiveram os eventos, vimos apenas pelo telão, mas pude ver nosso Santo Padre passando próximo onde estávamos; valeu a pena! 

Kit peregrino, no Rio
      Muitas coisas ainda temos para contar ao longo do tempo. Mas fecho aqui com um pouco do que o escutamos no caminho de volta para São Luís, no seminário Redemtoris Mater de Brasília, do reitor Juan: não pensem que a peregrinação terminou esta semana, mas ela só terminará quando chegarmos ao céu.

     A paz de Cristo!

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