sábado, 17 de dezembro de 2011

Combater o pecado é batalha constante e difícil

  Andei refletindo sobre o quanto é difícil fazer com que nosso coração não se incline para o mal em nenhum momento. Falo isso por mim, é uma batalha constante. Parece que quanto mais pedimos a Deus para que não nos deixe cair em tentações, mais tentações aparecem, e várias vezes caímos nelas, ainda que em Deus se encontre toda a força necessária para que não caiamos. O Senhor sabiamente permite estas tentações, pois é necessário que sejamos provados , combatamos “o bom combate” contra o maligno, a fim de recebermos a coroa da salvação, como nos diz São Paulo.
    O problema é que costumamos deixar brechas para o pecado. Um padre confessor, certa vez me disse que se damos um centímetro ao demônio, ele nos toma um quilômetro. Afinal, ele é um anjo, e sabe quais são as nossas fraquezas e portas para sua entrada, principalmente quando não estamos em estado de graça, seja um pensamento, um link, uma letra de música, uma foto. São Pedro, todavia, nos exorta: “Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé.” 1Pd 5, 8-9a.
    Aliás, não estou dizendo isto para assustar alguém, ao contrário. Uma das mentiras que o demônio usa é dizer que ele mesmo não existe e que, portanto, não há problema em pecar. Temos muitas evidências de exorcismos que o Senhor Deus muitas vezes permite para que creiamos nEle. No entanto, nossa alegria é que o Senhor tem poder sobre todas as coisas, e por isso não precisamos ter medo do diabo, mas antes, combatê-lo violentamente a fim de que ele não seja violento contra nós.
    Um padre exorcista (não encontrei o link da entrevista...), disse que o maligno usa muito de nossa curiosidade para poder entrar em ação: somos curiosos por nosso futuro, por lugares, por sensações. Santo Teófilo, o Recluso (monge russo), diz que o diabo procura nos perder ou pela luxúria, nos levando a situações que podem ferir a castidade, ou pela ira, nos enchendo de situações irritantes; sempre tenta por um dos lados; diz também que se nossa alma está transparente diante do Senhor, o demônio não tem acesso a ela, mas se ela se mancha, ele já encontra uma porta de acesso (recebi isto no Anúncio do Advento do Caminho, este mês). Assim, “não vos exponhais ao diabo; que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” (Ef 4,27s), pois se nos entregamos à ira, manchamos nossa alma. Ao contrário, em tudo dai graças (e como eu falava no início, como é difícil!).
     Não é a toa que São Paulo nos fala “orai sem cessar”(1Ts 5,17). A oração e a penitência são um bom escudo para o pecado. São Pio de Pietreucina[ler]  diz: “Quer ser santo?  Saiba que é uma vida de cachorro.” Ele quem o diga, que sofreu muitas chagas e até possessões. De fato, nós cristãos devemos nos configurar à cruz de Cristo, pois quem foge da Cruz é o diabo.  
    Deus, no entanto, sabe muito bem que somos fracos e caímos, às vezes até sem perceber, e por isso perdoa aquele que se arrepende. O salmista, no capítulo 50(51), retrata muito bem o coração do justo que peca. Diz: “Eu reconheço toda minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente.(...) Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos.(...) Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa”. Rezar este salmo é um bom exercício de piedade, pois nos ajuda a reconhecer-nos necessitados da graça de Deus.
    Por fim, que possamos viver bem este tempo de Advento (apesar de já estar terminando), não se esquecendo de procurar a Confissão e uma especial devoção à Virgem Maria, que gera a Cristo em seu ventre, assim como devemos gerá-lo em nossos corações.

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